“Na província, é mais difícil aceitar novidades” – disse Pateta.
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É isso mesmo, não é uma piada. A frase é do Pateta, o bobão da Disney, no gibi do Mickey nº 891 deste ano. Meu filho leu, eu li e agora me proponho a refletir com você, porque esse trecho tem muito significado.
Antes, um preâmbulo.
É interessante observar como as organizações se comportam. E elas – privadas, públicas, governamentais ou não, lucrativas ou filantrópicas – carregam consigo elementos que moldam suas decisões, preferências e comportamentos. Igual a nós, consumidores, profissionais, gente.
Não estamos falando somente de empresas e negócios, mas de propósitos e do jeito de conduzir suas vidas, que podem ser estendidas ou abreviadas a partir do comportamento que se decide ter.
Sempre gostei do mundo dos desenhos e animações. Lá se faz tudo o que é possível e impossível na vida real. O gibi com a ilustre participação do Pateta tinha como enredo uma historinha de futebol. Não foi esse tema que me chamou a atenção (aliás, já escrevi algo sobre inovação & futebol), mas o diálogo sobre a NECESSIDADE DE MUDAR para evoluir.
Sabemos que VONTADE PARA MUDANÇA é um dos elementos essenciais para inovar. A partir do diálogo dos quadrinhos, foi inevitável fazer conexão com alguns comportamentos que encontramos neste Brasil-de-Deus, mais evidentes nuns lugares que noutros, mas muito presentes em sociedades – uma sociedade também é uma organização – que exaltam seus feitos ao mesmo tempo em que se fecham para o novo. Você conhece expressões do tipo: “Mudar pra que, sempre foi assim!”, “Melhor não arriscar...”, “Isso vai dar muito trabalho!”, “Legal! Mas vamos seguir os padrões, ok?!”...
Vamos ao Pateta. Mundo dos desenhos e mundo real.
Quadrinhos 1 e 2 do trecho:
Pateta se queixa que há outros negócios de maior interesse do que aquele em que ele atua.
Mickey aponta um caminho lógico, dando pistas de que se ele continuar fazendo a mesma coisa, não adianta choramingar pelos resultados pífios:
“Você tem que se atualizar! Chutar e correr ficou no passado!” – disse o ratinho esperto.
Isso é facilmente perceptível para alguém de outro contexto e com uma visão ampla da situação, mas certamente muito duro para quem só enxerga o próprio umbigo.
E segue:
O rato baixinho abre os olhos do cachorrão.
Existem novas maneiras de fazer as coisas, novas abordagens, novos conhecimentos! Considerar essas possibilidades de mudança é fundamental para abrir-se ao novo e chegar a resultados melhores.
Mas de bobão eu acho que Pateta não tem nada:
Apesar de parecer refratário à mudança, é dele um pensamento que nos provoca constantemente:
“Na província, é mais difícil aceitar novidades!” – suspirou Pateta, agora mais ligado.
Desconfio que o cão não tinha muita clareza de que fechar-se no próprio contexto é um grande perigo, e tenha usado a frase como muleta para sua atitude pouco flexível, pois considera que é sempre mais desafiador lidar com o novo. Mas demonstra maturidade ao começar a perceber valor na mudança quando alguém de sua confiança lhe mostra que é hora de virar o jogo!
Observe que Pateta expressa uma cara mais confiante – embora ainda engraçada – quando entende o grande potencial que a inovação lhe projeta.
Acho que ele entendeu que, mesmo assim, vai precisar enfrentar e promover alguma mudança: nas coisas, na forma, no contexto ou nos modelos mentais que orientam o que sua organização faz.
Talvez ele só queira ganhar um jogo, talvez deseje conhecer novos esportes, ou melhorar a qualidade de vida. Não importa. Abrir-se ao novo exige atitude.
Até o Pateta já entendeu.
Até mais!!!
Diretor de Produtividade, Diretor loja, Gerente Regional, Gerente Geral, Corretor imóveis Creci RS 68880 F) Especialista em Supermercado e Hipermercado
8 aParabéns Marcelo pela reflexão...
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8 aLUIS CARLOS MELO
Customer Success | SaaS | Educação Corporativa | CSM | Relacionamento e Atendimento - Clientes e Parceiros | Estratégia e Resultados
8 aAlex Anele
Vice-presidente Chapter RGS no CBEXs
8 aVocê como sempre, GENIAL! abraço
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8 aÓtimo texto. Mudar sempre! Acredito que a "evolução" seja inerente a nossa vontade e para acompanhá-la (minimamente) precisamos nos manter atentos as mudanças. Mas, também percebo uma certa ansiedade em descartar o antigo, desconsiderar o existente, muitas vezes em prol de uma "releitura" e "relançamento". Enfim, fica uma reflexão: será que para mudar, poder construir o novo é obrigatório desconstruir o presente, ou seria mais sensato coexistir? Para mim, basicamente, um "Processo de Mudança" indica um processo conhecido, um ambiente controlado, gerenciado, senão, trata-se de deixar acontecer ao acaso.