Na trilha da Inteligência Emocional

Na trilha da Inteligência Emocional

Muito hoje se fala sobre inteligência emocional, e ainda há muita confusão sobre o tema.

Inteligência emocional, ao contrário do que muitos pensam, não é deixar de sentir emoções, não é deixar de ter sentimentos de raiva, medo, frustração ou culpa. Inteligência emocional refere-se à capacidade de identificar e gerenciar as próprias emoções, bem como as emoções dos outros.

Inteligência emocional é ter consciência das suas emoções de modo a conseguir se antecipar às diferentes reações que você tem a cada contexto e transformar estas situações de modo a ter controle sobre suas ações.

A inteligência emocional inclui pelo menos três habilidades:

  • Consciência emocional, ou seja, a capacidade de identificar e nomear as próprias emoções; 
  • Capacidade de aproveitar essas emoções e aplicá-las a tarefas como pensar e resolver problemas;
  • Capacidade de gerenciar emoções, que inclui regular as próprias emoções quando necessário e ajudar os outros a fazer o mesmo.

Um indivíduo emocionalmente inteligente é altamente consciente sobre suas próprias emoções, sendo capaz de identificá-los e gerenciá-los. Gerenciar suas emoções é conseguir ter comportamentos saudáveis a partir daquilo que você. Se você tem consciência de que alguma situação te irrita, você pode desenvolver mecanismos para reduzir essa irritação. E essa consciência está intimamente ligada à atenção plena.

PRATIQUE A AUTOCONSCIÊNCIA

Você não pode melhorar aquilo que você ainda não sabe ou não entendeu. Sem autoconsciência, você fica à deriva de suas emoções, e não consegue gerenciar nada, pois não tem ideia de para que lado ir ou como chegar. 

Autoconsciência é entender a si mesmo e seu comportamento em três níveis: 1) o que você está fazendo, 2) como você se sente sobre isso e 3) descobrir o que você não sabe sobre si mesmo.

  • Saiba o que você está fazendo. Acha que é simples? Pois não é! A maioria de nós nem sabe o está fazendo na maior parte do tempo. Estamos no piloto automático, agindo mecanicamente, checando emails, vendo as redes sociais, vendo vídeos. Remover as distrações da sua vida e se envolver com o mundo ao seu redor é um bom primeiro passo para a autoconsciência. Ter espaços de silêncio e solidão são essenciais para a nossa saúde mental. Pense na sua vida. Pense em como você está se sentindo. Separe 10 minutos pela manhã para meditar. Usamos distrações para evitar lidar com nossas emoções desconfortáveis, e se não lidamos com elas não conseguimos passar ao próximo nível.
  • Saiba o que você está sentindo. No início, quando você realmente olha para o que sente, pode ser assustador, pois você identifica que há muita ansiedade, e toda essa coisa de "dependência do telefone" é realmente apenas uma maneira de constantemente entorpecer e distrair-se dessa ansiedade. Algo importante quando você começa a olhar pra si mesmo e suas emoções é não julgar as emoções que surgem. Qualquer que seja a emoção, existe uma boa razão para estar lá, mesmo que você não se lembre de qual é a razão. Todas as emoções são importantes, portanto, não seja duro consigo mesmo.
  • Descobrindo a origem das suas emoções. Depois de olhar pra dentro de si de maneira mais atenta e identificar as emoções desconfortáveis que você está sentindo, você começará a ter uma ideia de onde reside sua própria loucura. Por exemplo, conseguirá identificar que fica muito irritado ao ser interrompido. E que leva para o lado pessoal. E, que às vezes não aguento mais dois segundos sem que cada palavra que fala seja em tom alto ou rude. E é apenas quando você estiver ciente disso que poderá reagir contra isso. Agora, apenas ser autoconsciente não é suficiente por si só. É preciso ser capaz de gerenciar suas emoções também.

CANALIZE SUAS EMOÇÕES

Um grande erro que as pessoas cometem é buscar maneiras de "controlar" suas emoções. Você não pode. Elas são naturais, são intrínsecas à você. Você só pode reagir a elas. As emoções são os sinais que nos dizem para prestar atenção em alguma coisa. Podemos então decidir se essa "coisa" é importante ou não e escolher a melhor forma de agir para resolver essa "coisa", ou não.

Não existe emoção "boa" ou "ruim" - existem apenas reações "boas" e "ruins" às suas emoções.

A raiva pode ser uma emoção destrutiva se você deixá-la correr solta e ferir os outros ou a si mesmo no processo. Mas pode ser uma boa emoção se você a usar para corrigir injustiças ou se usá-la como motivação para proteger a si mesmo. A alegria pode ser ótima quando compartilhada com as pessoas que você ama diante de um bom acontecimento. Mas pode ser uma emoção detestável se é advinda de magoar os outros.

Gerenciar suas emoções é reconhecer o que você está sentindo, decidir se é ou não uma emoção apropriada para a situação e agir de acordo.O ponto principal disso é ser capaz de canalizar suas emoções para o que os psicólogos chamam de "comportamento direcionado a objetivos".

APRENDA A MOTIVAR-SE

Você já se perdeu completamente em uma atividade? Ficou imerso nela e quando saiu do estado quase hipnótico que de alguma forma induziu em si mesmo, percebe que três horas se passaram, mas pareceram quinze minutos?

Observe algo importante aqui: o sentimento que te induziu a continuar não apreceu entes de começar, mas durante o processo. Você começa a fazer e então esse sentimento começa a crescer, o que te motiva a continuar fazendo, e o sentimento aumenta um pouco mais, e assim por diante. A maioria das pessoas tenta buscar inspiração primeiro para poder tomar algumas ações importantes, quando o ideal para motivar-se é faça alguma coisa . Preste atenção em como você se sente antes, durante e depois do que estiver fazendo e use essas emoções para orientar seu comportamento futuro.

SEJA EMPÁTICO

É fácil ver como a sensibilidade aos sinais emocionais de dentro de nós mesmos, dos outros e do ambiente social pode tornar alguém um melhor amigo, pai, líder ou parceiro romântico. Felizmente, essas habilidades podem ser aprimoradas.

Empatia é a capacidade de sentir o que a outra pessoa está sentindo. É experimentar suas emoções. É a capacidade de se colocar no lugar da outra pessoa de uma maneira grande e significativa. E a inteligência emocional é facilitada quando além de aprender a gerenciar suas próprias emoções, você também exercita entender os gatilhos emocionais das outras pessoas e busca trabalhar estes gatilhos. Usar a empatia para entender os pensamentos, sentimentos e emoções de outra pessoa e se comunicar com a inteligência emocional é o fundamento da construção da confiança.

Pessoas emocionalmente inteligentes têm a capacidade de se conectar em um nível muito humano com as outras. Esse relacionamento baseia-se na empatia. Quando falta empatia as pessoas não conseguem captar as pistas verbais dos outros e sua comunicação física. A outra pessoa sente que isso é uma falta de consideração, ou uma falta de profissionalismo, e assume que seus pensamentos e sentimentos não significam nada para você, e assim a comunicação é prejudicada. Por isso empatia e inteligência emocional devem se combinar para gerar confiança e são a base dos relacionamentos estáveis e de longo prazo.



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