Nada é por acaso

Hoje, ontem... quase todos os dias, depois que o mundo deu uma enlouquecida, venho pedindo comida por esses aplicativos. Mas, ontem, em especial (acho que pelo fato dos meus já mais de 30 dias de quarentena), fiquei introspectiva, pensativa e ainda mais crítica. Abri a embalagem e percebi o que já vinha nesses pacotes durante todo esse tempo, uma parafernália de descartáveis. 

Tudo é pensado, desde o potinho de pimenta ao sachê de shoyo. Pudera, quem quer ficar pra trás? Talvez seja essa a premissa do “aumentar o market share”, no popular: deixa eu aumentar um pouquinho minha cota.

Mas enfim, pensei: Está aí um setor que vem vendendo lenços. Claro! Outros também: energia, serviços de entrega e muitos que, me privo de desfilar aqui para não me delongar ainda mais.

Num encontro, não muito casual, com a minha análise crítica, vi que essa mudança é muito sofrida e, por isso, bem-vinda. Olhe ao redor. De verdade, olhe! Ninguém está mais tão igual... Há uma reinvenção, eu me deleito vendo a maioria das pessoas ficarem íntimas da tecnologia, íntimas da leitura, íntimas dos clientes (afinal estão mais disputados), íntimos até da família. Já imaginaram? É o que nos faz parecer iguais e ao mesmo tempo plurais. 

Nada, nada é por acaso, nem mesmo um vírus que cala uns, desocupa outros, acua muitos, encoraja classes, forma exércitos para uma guerra fria, que preferiríamos que fosse quente, para que ele, o vírus, morresse logo, ou numa pegada menos dramática, que se fizesse a luz numa mente brilhante e nos trouxesse A vacina.

Mas receio que não possamos querer muita coisa nesse momento, só aprender e não sermos do tanto faz, só do capaz. 

Vou contar isso, mais na frente, com uma satisfação e uma propriedade, imagino eu, muito grande, sobretudo por ter vivido sem disfarçar o olhar e ter passado por tudo isso de forma consciente e um pouco menos egoísta, está aí um challenge pra todo mundo exercitar.

#Fiqueemcasa ou #Váprarua, seja qual for a sua decisão, que seja pelo bem comum.