Nas artérias mais densas de Lisboa

Nas artérias mais densas de Lisboa

Nas artérias mais densas de Lisboa pulsa o sangue das gentes que ainda são de cá. Num sobe e desce místico, descobrem-se varandas típicas, onde o comércio ainda não chegou . Na Bica que nunca deixou de ser a Bica há garotos travessos e idosas sorridentes, que oferecem a sua simpatia aos mais novos, aos que falam línguas que não conhecem, aos que passam sem reparar no seu rosto pleno. O funicular faz a sua travessia, imune a tudo o que se passa, dentro de um cenário que parece pintado numa tela de amarelos aguerridos e de um céu que nunca mais acaba. Correm por entre as escadas, os miúdos. Conhecem cada rua como a palma da mão.O gato franze as sobrancelhas, procurando um sono que não vem. Há uma surpreendente calma num lugar inesperado, ainda que os Santos espreitem ao virar da esquina. As ruas entrelaçam-se candidamente.

E Lisboa sorri ao entardecer.

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