Negócios de moda nos dias hoje
Foto Hick Duarte para Mary Jane

Negócios de moda nos dias hoje

Todo mundo sabe que os gastos de luxo estão passando do consumo de bens para o consumo de experiências. Mas os produtos de moda - tão intimamente ligados à auto-expressão e à sinalização social - não estão indo embora. Ainda assim, não há dúvida de que a forma como a moda é criada e consumida está mudando drasticamente, ameaçando modernizar um sistema tradicional construído em torno de coleções sazonais, desfiles e parcerias no atacado.

Sob este novo sistema, o prêt-à-porter tornou-se cada vez mais difícil de vender. Agora, as marcas estão enfrentando uma nova concorrência de um universo de grifes que nasceu no Instagram. Essas marcas têm pouco a ver com a "moda tradicional" e sinalizam o surgimento de um sistema paralelo que é mais sobre imediatismo, redes sociais e vendas diretas ao consumidor.

Se antes o negócio era sobre o desenvolvimento de lotes de produtos e em seguida comercializá-los para um público-alvo, a nova abordagem é o inverso: primeiro, reunir uma comunidade e em seguida oferecer-lhes um “streaming” de produtos.

A chave para construir uma comunidade leal é ter um ponto de vista consistente e um compromisso constante. Esta nova geração é de nativos digitais, o que por si só pode ser "empoderador". Com a internet na ponta dos dedos, tendem a ser altamente informados e, naturalmente, céticos.  Como resultado, são mais propensos a procurar os tutoriais de maquiagem das estrelas do YouTube do que a publicidade de beleza tradicional e prefere a publicidade que é engraçada, tem boa música e sobretudo, que conta uma história.

Muito do sucesso de uma marca é sobre relevância cultural. O grande desafio para marcas é que o ciclo de vida do que é relevante está acelerando. As principais marcas enfrentam dois desafios: o primeiro desafio é o aspecto tecnológico de suas plataformas e o segundo é que as marcas podem ter perdido sua relevância na cultura, talvez porque estão falando demais sobre o passado da marca, ou tem algo errado em termos de "para qual subcultura" estão tentando vender.

Antes a empresa tinha uma equipe de marketing e fazia anúncios para TV, para midia impressa e precisava ter um site. Agora tem grandes equipes, complicadas e multi-facetadas, tentando construir uma marca, o que é hoje um enorme desafio. Então, como se pode navegar em um mercado tão congestionado, cortar o ruído e construir uma marca poderosa ?

A chave é colaborar e criar. Não precisa de muitas pessoas - talvez seja um fotógrafo incrível que pode criar algo que seja compartilhado. Hoje, 84% das conversas on-line acontecem fora das mídias sociais.

Todo mundo está falando sobre o marketing de influenciadores, mas na moda fazemos isso desde sempre. O que acontece agora é que estamos pagando as pessoas para anunciar para nós, mas isso não é influência ... influencia vem de um outro tipo de expertise.

Continuamos acreditando no atacado e no efeito holístico que um parceiro certo pode conseguir para a Marca. Acreditamos que parceiros de atacado ainda podem ser um farol porque podem conduzir e levar clientes ao site da Marca e ajudar a criar uma relação simbiótica entre os canais. O desafio será garantir que a presença no atacado seja compatível com a presença nas lojas da Marca e que o cliente possa comprar onde quiser.


JOSE COUTO

diretor comercial e marketing

7 a

muito bom

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