Nerônios-espelhos e liderança (Texto XIII)

Nerônios-espelhos e liderança (Texto XIII)

No texto anterior tratamos que a PNL está associada segundo O’Connor (2017): ao estudo das experiências subjetivas, de como são criados os estados emocionais, de como valores e crenças são pensados e quais significados são construídos gerando os modelos mentais dos indivíduos que norteiam suas condutas. Destacamos também sobre o Rapport, que é um dos seis princípios da PNL obtido quando dois indivíduos se compreendem, se respeitam, obtendo confiança e responsividade em uma comunicação eficaz. O resultado disso chama "equiparação"! Ela ocorre quando um indivíduo acompanha o ritmo do outro e naturalmente surge a chance de liderar, desde que esse outro se mostre disposto a ser liderado.

O autor Daniel Goleman em seu livro Liderança - A inteligência emocional na formação do líder de sucesso, destaca que neurocientistas italianos descobriram em experimentos científicos que o nosso cérebro está repleto de neurônios que espelham ou imitam “o que o outro faz”. Eles são denominados “neurônios-espelho” e permitem uma navegação no nosso mundo social onde conscientemente ou não, identificamos a emoção alheia através de suas ações e reproduzimos essas emoções criando um sentimento de compartilhamento de experiências (bocejar é um exemplo claro disso).

O autor acredita que esses neurônios são importantes nas organizações, dado que líderes podem agir e induzir os liderados a espelharem sentimentos e ações de uma forma bem poderosa. Um exemplo, é o líder que está geralmente de bom humor e arranca risos dos seus liderados várias vezes ao dia promovendo uma comunicação mais eficaz que resulta em agilidade e pró-atividade. O outro exemplo é a intuição, considerada não só o resultado da ampla experiência dos líderes, mas também e principalmente, da ativação das células fusiformes detentoras de ramos extralongos de ligação com outras células, que propiciam agilidade na transmissão dos pensamentos e sentimentos. São células que geram conexões ultrarrápidas que formam julgamentos, crenças e emoções, norteando socialmente as pessoas. Mas além dos “neurônios-espelho” e das células fusiformes, o autor destaca uma outra classe de neurônios chamados de “osciladores” que complementam a sintonia física que leva à percepção desses sentimentos e pensamentos, sendo esses últimos os responsáveis pelos movimentos físicos que podem promover não só a harmonia, mas também os desentendimentos entre as pessoas.

Diante de tantos conflitos humanos existentes nas relações de trabalho, podemos apreender com as referências citadas nos treze textos publicados anteriormente que a Socionomia e a PNL (além de outras ciências do comportamento humano) podem sim auxiliar os atores envolvidos na busca por uma liderança eficaz em vários tipos de organizações. Entretanto, sobretudo no segmento do Foodservice, parece existir uma distância expressiva entre as bases técnicas e metodológicas apresentadas e as práticas adotadas pelos seus líderes junto aos seus liderados.

Por que então é tão difícil gerir pessoas nesse segmento? Esta foi a pergunta que fiz quando comecei a estudar no MBA da FGV Paulista em Gestão Estratégica de Pessoas com foco em Desenvolvimento Humano de Gestores (DHG), e que embasa o meu trabalho de conclusão de curso sobre o não reconhecimento na relação entre empresários e empregados do Foodservice.

Assim, a partir do próximo texto (quinta-feira 14/03) apresentarei a minha pesquisa qualitativa com dez empresários desse segmento sobre suas percepções acerca das relações que possuem com seus liderados. 

Vem comigo!

Karyna Muniz.

Bibliografia:

GOLEMAN, D. Liderança. A inteligência emocional na formação do líder de sucesso. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015.

O’CONNOR, J. Manual de Programação Neurolinguística - PNL: Um guia prático para alcançar os resultados que você quer. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 2015.

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