news da bru #24: minha versão premium

minha mãe me teve aos 28 anos de forma totalmente planejada, com a vida organizada e vivendo a melhor versão dela. com isso, eu criei um mundo perfeito onde eu também deveria chegar nessa idade casada, com filho, em um emprego estável e estando no auge de tudo o que eu sonhei. pois bem, faço 28 anos daqui há dois meses e alguns itens dessa lista não foram ticados, e para falar a verdade, acho que a minha melhor versão nem olha mais para essa lista da mesma forma.

com o tempo eu aprendi que essa busca pela minha “melhor versão” poderia criar uma ilusão de que minha versão atual é um fracasso. eu poderia acabar menosprezando o que sou hoje, e tudo o que conquistei até aqui, em uma tentativa de alcançar coisas que um dia eu achei que precisava ter.

invés de perseguir esse ideal do meu “eu perfeito” [se tem “eu” e “perfeito” na mesma frase, já é um sinal que não é saudável, né gente?], procurei abraçar o meu “eu atual”. as coisas que consegui até aqui foram exatamente o que eu precisava para a construção de quem sou hoje, que pode até não ser exatamente o meu melhor, mas é o que eu suporto e aceito ser.

entendo que existem coisas para melhorar e objetivos a serem alcançados, afinal estamos em processo de construção, mas isso não invalida tudo o que já passei. não aceito carregar o peso de não ser suficiente, até porque isso é uma mentira. eu sou suficiente.

quando alguém me pergunta como eu estou, muitas vezes respondo dizendo “melhor que ontem e pior que amanhã”, e acho que isso também vale nessa busca pela melhor versão de si. comparado a ontem, hoje sou uma pessoa melhor e mais próxima do que desejo ser, mas tenho a certeza de que o amanhã estará ainda melhor. resumindo, não estou no topo da montanha, mas orgulhosa da vista que tenho da metade dela.

espero que você também tenha orgulho da sua versão atual e paixão o suficiente para continuar indo em busca da versão que você deseja.

beijocas e até a próxima!

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