A nossa felicidade na mão alheia
Para pessoas carentes, é inevitável esperar receber algo do outro. Criam-se expectativas, o que pode gerar um grande problema, já que, mesmo sendo muito bom ter atenção, não se tem a garantia de receber o que se quer. Mesmo com toda a habilidade de convencimento para alcançar o que deseja do outro, não se terá a garantia de se ter a expectativa correspondida.
A forma boa de viver é em plenitude, completo em quanto ser, não sendo carente de nada nem ninguém; mas as crenças que trazemos ao longo da bagagem existencial não nos possibilitam sermos dessa forma. É por isso, que muitos se tornam mendigos que, para receber uma migalha de atenção, vendem tudo o que possuem de bom em troca do mínimo que possa vir do outro. Encenam o que não são, usam pinturas para aparentar outras coisas, usam máscara para atrair pequenos olhares ou gestos. Agindo dessa forma desperdiçamos nossas vidas tentando forçar o outro a nos perceber.
Quando estamos envolvidos pela ideia de carência, pagamos com a nossa espontaneidade, nossa verdade, com nossa liberdade. Muitas vezes, deixamos de ser quem realmente somos e nos especializamos em conseguir ser o melhor fantoche para chamar a atenção do outro. Sugamos a energia alheia, desenvolvemos estratégias para conseguirmos mantê-lo em nosso domínio. Similar a uma escravidão!
Quantas das vezes não nos fazemos de vítimas – “eu vou me matar se você não me der atenção”. Noutras com o papel de autossuficiente: “sou forte e não preciso de você, consigo viver sozinho”. Fora quando resolvemos trabalhar com a indiferença: “não estou nem ligando, sou muito mais que isso”. São exemplos clássicos de como podemos criar situações para conquistar, dominar ou manipular o outro de acordo com a necessidade de ser amado. Pobres atitudes, porque amor verdadeiro só poderá acontecer espontaneamente.
Precisamos perceber como esse jogo é uma escravidão, criada por nós mesmos para sustentar uma falsa identidade ao pensar no aprisionamento, que nos leva a mendicância de afeto, um pedinte de atenção. Isso é clássico na convivência humana se traduzindo na tão famosa “carência afetiva”, doença emocional limitante que distorce nossa percepção de realidade, levando a dependência da aprovação do outro, do reconhecimento e da consideração dos nossos pares. Os outros se tornam motivo de ansiedade e profunda dependência, da tristeza e de estresse. Mas que outros? Mas quem é esse que consideramos tão importante ao ponto de nos trazer tantas mazelas? Não seria o nosso EU o grande responsável por isso? Então... que tal, antes de qualquer coisa, possibilitarmos-nos essa libertação?! Tirarmos da mão alheia nosso verdadeiro sentido de liberdade, alegria e paz.
Com base no livro "Prosperidade" de Sri Prem Baba
Gestão 4.0
7 aMuito bom