Nossa semelhança é maior que nossas diferenças

Nossa semelhança é maior que nossas diferenças

Em tempos de relacionamentos líquidos e desentendimentos concretos, é preciso lembrar que o que temos em comum é um vínculo muito maior do que as diferenças que usamos uns contra os outros. Isso se aplica na esfera pessoal, claro, mas quero abordar essa busca por relacionamentos mais significativos no ambiente profissional.

Em minha trajetória no mercado de trabalho, posso dizer sem medo de errar, que só cresci quando encontrei profissionais que pensavam e agiam diferentes de mim. E esse entendimento só é possível quando aprendemos e, mais do que isso, aceitamos que somos diferentes. A partir disso, buscamos o espaço comum dentro da nossa humanidade, cheia de dores e prazeres. Quem de nós não passa por dificuldades, anseia por reconhecimento e busca desenvolver novas habilidades?

Independente do cargo, posição ou status, nossa condição humana é que nos une. O que nos difere são nossas características adquiridas. Como você lida quando a opinião do seu colega de trabalho é diferente da sua? Você vira a cara, faz birra ou dialoga? O que te desconecta do outro?

Se você ainda não entendeu, preciso dizer que é possível nos comunicarmos melhor quando temos a disposição para encontrar um canal para entender o outro de forma sincera e profunda. Sim, isso tem a ver com a natureza humana e não com seus dogmas adquiridos, como mencionei acima. Comunicação é quando você compartilha sentidos e sentimentos.

Todo conflito parte da espera que o outro atenda as minhas necessidades. Se isso não acontece, fico frustrada. Não é sempre assim? Entenda que assim como você, o outro é livre para agir como ele acha melhor.

Em seu livro O Trabalho, Byron Katie, propõe uma reflexão que nos ajuda a lidar com o nosso estresse e ansiedade diante das diferenças. Ela explica que há 3 tipos de assuntos: os meus, os seus e os de Deus (ou vida, realidade, como preferir). Para ela, nos mantemos saudáveis quando permanecemos nos NOSSOS assuntos, pois não sabemos, de fato, o que é melhor para o outro. Mesmo em nome da amizade, por exemplo, qualquer interferência no espaço do pensamento do outro, pode sim ser arrogância da nossa parte.

Passamos a maior parte dos nossos dias, semanas, meses e anos, ao lado de gente que pensa diferente de nós. Ainda bem! Então, o melhor a fazer é perceber o equilíbrio entre as minhas e as suas necessidades. Essa troca saudável nos aproxima e nos permite criar vínculos maduros e sensatos.

Você pode estar pensando: Ok, eu só preciso ser empático com o amiguinho do lado da minha mesa. Sim, isso é muito bom, mas desculpe-me te trazer verdades. A empatia começa com a capacidade de estarmos bem conosco mesmo, de reconhecer o que não gostamos e saber identificar honestamente nossas qualidades.

É preciso entrar em contato primeiro com os próprios sentimentos para desenvolver a empatia, pois não tem segredo. Quem desconhece as próprias necessidades, como aceitará as alheias?

Termino esse meu primeiro artigo na esperança de promover uma reflexão em tempos tão tumultuados. Navegamos no mesmo mar – banhado por mercado inseguro, empresas cortando custos, ânimos alterados, clientes ansiosos...enfim a lista tende a ser maior do que isso.

Bem, diante de tudo isso, o convite que faço é: vamos tentar resgatar a nossa humanidade (a inteligente e não a primitiva) e fazer do dia a dia um lugar mais confortável e agradável para todos? Comece por você. Eu começo por mim. A gente consegue ;) 

Marina Zimmaro

Diretora de Operações I Gestão de Talentos & Cultura Empresarial I Liderança em Marketing

6 a

Obrigada pela inspiração da semana!

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