Notícias e história

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Hoje o news vai ser diferente porque segunda sempre tem pouca notícia de portos.

Depois dos links, você vai ler sobre esse senhor da foto que, provavelmente, apareceu na sua timeline na última semana:

Imagem: Maersk

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Imagem: Maersk

A história da caixa que mudou o comércio marítimo

Desde que o contêiner foi inventado, em 1956, o comércio global cresceu 90%. E, sim, a abertura das economias nacionais e  os acordos comerciais foram fundamentais para a globalização, mas sem essa simples caixa de metal tudo seria bem mais difícil. 

Setenta anos atrás, um navio médio, levava cerca de dez dias para descarregar em um porto. Quase o mesmo tempo que demorava pra cruzar o Oceano Atlântico. Contando os atrasos típicos na classificação e distribuição da carga por terra, um saco de algodão que saia dos Estados Unidos com destino a Europa, levava três meses para chegar na fábrica certa.

No último dia 26 de abril muita gente postou homenagens ao que seria a data de invenção do contêiner por Malcom McLean, em 1956. O americano teve um papel fundamental na padronização e no uso dos contêineres, mas o conceito não era inédito na época (na verdade já existiam "contêineres" para transporte de carvão em 1766). 

Outras pessoas já haviam tentado transportar mercadorias em caixas antes, mas só McLean soube vender a ideia de padronização para o cliente mais poderoso do mundo: o exército americano. 

Algumas histórias sugerem que McLean era um simples caminhoneiro, que ficou entediado vendo trabalhadores portuários embalando e carregando um navio por várias e várias horas. Isso teria sido em 1937. 

Na verdade, naquele ano, o americano já tinha uma frota de cinco caminhões e ele sabia fazer negócios. 

Em 1955, sua empresa de transporte terrestre era uma das maiores dos Estados Unidos, com quase dois mil veículos. Isso deu a ele recursos suficientes para vender o negócio e comprar a companhia de navegação Pan-Atlantic Steamship. 

A Pan-Atlantic já tinha direito de operar em diversos portos do leste dos EUA. McLean já tinha terminais de cargas para caminhões em muitas destas cidades portuárias. Faltavam os navios. Ele comprou alguns petroleiros T2 da Segunda Guerra Mundial e os modificou para que eles fossem capazes de transportar 58 contêineres e 15.000 toneladas de petróleo.

Um desses petroleiros adaptados, o Ideal X, partiu de Nova Jersey para Houston no dia 26/04/1956 (por isso as homenagens). A carga foi embalada e descarregada por apenas duas equipes de trabalhadores portuários a uma velocidade de 30 toneladas por hora (o que, na época, era surpreendente)

O contêiner de McLean tinha 35 pés. Era uma solução padronizável, durável, empilhável. Com ele, era possível oferecer o transporte de mercadorias por um preço 25% mais barato do que o tradicional, com desembarque mais rápido e que usava equipes reduzidas de trabalhadores portuários.

Além disso, era uma solução padronizável, durável, empilhável, com embarque e desembarque mais ágeis. Tudo que os militares americanos precisavam durante a Guerra do Vietnã, já no final da década de 70. 

Quando o exército entrou no negócio, a empresa de McLean já se chamava Sealand Industries e tinha a patente das peças de canto, essenciais para a funcionalidade dos contêineres. O governo americano padronizou materiais,dimensões (20'e 40'), a forma de abertura, os identificadores…

Os portos começaram a se adequar aos novos padrões. Os navios, os caminhões, os trens.  Em 1969, a Sealand Industries tinha 36 navios porta-contêineres, cerca 27.000 contêineres e acesso a mais de 30 cidades portuárias, tendo sido pioneira no comércio com a Ásia. A  empresa é hoje parte de uma das maiores companhias de navegação do mundo: a Maersk. 


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