NOTAS SOBRE RIQUEZA

NOTAS SOBRE RIQUEZA

Um bom entendimento do que é riqueza pode ajudar em diversas áreas, principalmente economia, investimento, finanças e administração. As vezes, as coisas não são o que parecem. Entender a realidade com ela é sempre gera grandes benefícios. Vamos buscar a real!

Nos dicionários, de uma forma geral, podemos encontrar os seguintes significados para a palavra riqueza: Qualidade do que é rico; abundância; e até fertilidade. Mas riqueza vem de Rico. E Rico vem de Reiks. Reiks era quem tinha o poder político para determinar as leis de uma certa região. Em função desta origem, a palavra riqueza tem uma forte relação com a idéia de poder. Mas não é só isso. Reiks era quem tinha meios para obter o poder de governo.

Os economistas americanos e ingleses, ao falar de riqueza, falam de wealth. Wealth é aquilo que permite às pessoas alcançarem um certo bem estar material. Para nós, que falamos a língua portuguesa, wealth é sempre traduzido como riqueza. Então, riqueza também trata dos meios para o obter um certo bem estar material. E neste sentido, não tem nada a ver com a idéia de poder político, exceto que, seja rico uma palavra utilizada no sentido político ou no sentido de bem estar material, riqueza remete a idéia de meios para algum fim.

Em busca de uma vida inteligente e boa, Aristóteles falava de uma ferramenta para ajudar na auto-suficiência. Esta ferramenta, nos tempos de hoje, acabou sendo traduzida como riqueza. Aristóteles dizia que riqueza é a soma dos instrumentos que ajuda cuidar da família ou da cidade.

Como vimos, riqueza tem origem na idéia de poder político. Mas essa não é uma palavra boa para se referir a política. Ficamos então com as outras duas possibilidades, a de bem estar material, que é a idéia por trás da palavra wealth, e a idéia de Aristóteles.

A idéia de riqueza como bem estar material está relacionada à um certo tipo de efeito que não se sabe exatamente o que é, culminando numa certa dificuldade de entender o conceito de riqueza. Em nossa opinião, a idéia de Aristóteles sobre riqueza é a melhor. Preferimos incluir um “pode” na definição. Riqueza para nós seria então, a soma de instrumentos que pode ajudar no cuidado da família e ou da cidade.

Dizemos que a riqueza pode ajudar, porque não necessariamente ajuda. A riqueza utilizada de forma errada pode até atrapalhar, ou prejudicar. A riqueza pode também ser utilizada da forma correta para um fim errado. Por exemplo, os casos de corrupção que vimos em nosso país recentemente. Vimos gente muito rica, e aqui com a conotação política e de bem estar material, ou ainda de cheia instrumentos para chegar onde quer, utilizando a riqueza para destruir o país, ao mesmo tempo que extraia grandes benefícios para si mesmo.

A riqueza, por se tratar de instrumento, precisa de um fim que faça sentido. Adquirir riqueza para simplesmente ter riqueza, não faz sentido. É como fazer um martelo com o objetivo de conseguir mais martelos, só para acumular martelos. No entanto, há fins que são inteligentes para um martelo. Por exemplo, martelar um prego num trabalho de marcenaria.

Determinados tipos de riqueza são mais apropriados para determinados fins. Veja que até o dinheiro não é adequado para martelar um prego. Com dinheiro você pode comprar um martelo, mas não para martelar um prego. Da mesma forma, utilizar um martelo como serra não fará muito sentido.

Pode-se pensar em riqueza para facilitar a vida na velhice, ajudar os filhos, fazer um curso de intercâmbio, investir na educação, uma viagem importante. Enfim, existem muitas finalidades que fazem sentido, que são boas, e que a riqueza pode ajudar.

Além de uma boa finalidade, existe um saber sobre o crescimento da riqueza. Um saber técnico. E também um saber, que muitos chamam de filosofia de vida. Este último é um saber sobre como fazer uma boa leitura da realidade. O saber que permite ler bem a realidade e o saber técnico de aquisição de riqueza vão trabalhar em conjunto. O saber técnico sem conhecer como entender a realidade não ajudará muito.

Cada vez que alguém inventa um novo instrumento que ajuda as pessoas alçarem certos fins, a riqueza está aumentando no geral, mas somente se tal riqueza for utilizada para um objetivo bom.

Hugo de São Victor, na obra Didascalicon, ensina que os males do ser humano são três: a ignorância, o vício e a enfermidade.

Os bens materiais podem resolver parte do problema da enfermidade. Para não ficar doente, o homem precisa de alimento, vestimenta, casa, limpeza, água, remédios, ferramentas, etc. E tudo isso é instrumento que abastece o homem. O homem que tem tudo isso em abundância, como todos tem o ar, sem dúvida que é rico.

Como vimos, se utilizada de forma correta, a riqueza pode resolver parte do problema da enfermidade. Não pode resolver o todo. Não resolve o problema da morte, por exemplo. A riqueza pode ajudar a resolver parte do problema da ignorância e do vício também. Se estamos falando de bens que são produtos, podemos pensar em produtos que podem ajudar na resolução ou redução dos efeitos dos males do vícios e da ignorância. Produtos que ajudam na educação é um exemplo de riquezas. Nesse sentido, uma biblioteca de boa qualidade é uma forma de riqueza. E da mesma forma que o mal da enfermidade não pode ser resolvido pela riqueza na sua totalidade, os males da ignorância e do vício não podem também. Por isso riqueza sozinha não leva à uma boa vida. E esses são os limites.

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Rubiana Lerias

Vendedora Técnica na empresa Xtra-Fer Com de Ferramentas - Walter do Brasil Especialista em Usinagem

5 a

A riqueza (dinheiro) deve ser usada para pesquisas, estudos, melhorias, para pesquisas em busca da cura de doenças, investir na qualidade de vida das pessoas idosas, pois a maior riqueza está no saber, no conhecimento, na experiência de Vida, e as pessoas mais velhas tem experiências que os mais jovens ainda não viveram. Gostei do seu artigo Marcelo. Abraços!  

Pedro S.

Psicólogo social na Assistência social

6 a

Artigo muito bom, parabéns!

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