Novas Formas de Trabalho Adicionam Valor para Pessoas e Empresas

Como as novas formas de trabalho ampliam possibilidades para aqueles que buscam ocupações e criam alternativas viáveis e práticas para as organizações.

Definitivamente já passou da hora de efetivamente pensar e praticar novas formas de trabalho.

O velho conceito de emprego já não cabe mais na Nova Economia e na Nova Era em que vivemos.

Um mundo transformado e de cabeça para baixo exige uma pivotagem na forma que pensamos o trabalho, muito mais que emprego que é algo que deixará de existir como tal.

Altas taxas de encargos, impactos sindicais e legislação trabalhista engessada, encarecem a relação de emprego e inviabilizam inovações, iniciativas de crescimento e de trabalho, criando vínculos legais permanentes de pessoas com as empresas.

A relação não é mais Patrão e Empregado, Capital "versus" Trabalho, ou de assistencialismo e paternalismo, mas sim uma relação de parceria, cliente, negócios, e equidade nas relações de trabalho entre as pessoas e o seu valor como profissional e das demandas de mercado.

O emprego para toda uma vida dá lugar a possibilidades em que uma pessoa possa ter vários trabalhos diferentes com vínculos variados, e que consiga organizar suas atividades dentro do seu tempo disponível e das necessidades de seus clientes.

Tenho visto crescer o número de profissionais prestando serviços de PJ, aumentando seu campo de trabalho e empresas reduzindo gastos com pessoal nesse formato. No Brasil ainda são tímidas as alternativas de modelos de trabalho, mas em escala mundial tem crescido rapidamente.

O foco das empresas terá que mudar de "qual o gasto para contratar um profissional" para "qual é a melhor forma de trazer novas competências que a empresa precisa agora e para o futuro".

A Deloitte em seu estudo anual de 2018 "Global Human Trends" trouxe a tendência que para adicionar rapidamente novas competências nas organizações, deve se pensar de forma ampla e em todas as possibilidades de oferta de trabalho e parcerias, ampliando em muito o aprendizado, a agilidade, qualificação e reciclagem rápidas das empresas. A versão do estudo de 2018 já trazia esse indício, dizendo que a força de trabalho queria cada vez mais independência em seus vínculos de trabalho, e que tinha se transformado em um Ecossistema dinâmico e colaborativo, muito maior que qualquer empresa separadamente.

Aqui falo de soluções alternativas, mas que ao longo do tempo se tornarão as modelos principais de trabalho, e em âmbito da economia global. É claro que cada país deverá rever as formas legais de tratar cada caso (muitas já têm), e sobretudo de como as leis devem mudar ou flexibilizar para absorver essas novas demandas (a Pandemia já acelerou o processo).

Trabalho Alternativo vem em várias formas e tamanhos (Deloitte/2019):

• Força de Trabalho Alternativa: inclui contratados indiretamente, freelance, trabalhadores independentes, gig, and crowd workers.
• Freelance / Trabalhadores Independentes: trabalhadores que estendem a força de trabalho dos empregados principais e tipicamente são pagos pelos trabalhos realizados, por hora, dia, ou outra unidade de tempo.
• Trabalhadores Gig: trabalhadores pagos por tarefa (ou micro tarefa) para completar uma parte específica do trabalho.
• Crowd Workers: trabalhadores que competem para participar em um projeto e frequentemente são pagos somente se estiverem entre os principais participantes de uma competição.

Aqui, incluo outras fontes para trazer novas competências do mercado, aprendizado ou para projetos específicos: cooperativas, startups, universidades, ONGs, etc.

Trabalhadores independentes, freelancers, gigs, crowd, podem ser usados tanto para funções estratégicas como para atividades transacionais em qualquer área de uma organização. A Nova Economia com a consolidação do trabalho remoto e a tecnologia, permitem que uma pessoa trabalhe de qualquer lugar do mundo para qualquer organização, aumentando as possibilidades de alternativas de trabalho.

O crescimento de novas formas de trabalho está redefinindo a relação entre pessoas e empresas, e muitas organizações têm a oportunidade de recorrer ao amplo e variado mercado de trabalho para criar caminhos independentes de como buscar novas competências, aprendizados e como otimizará seu próprio ecossistema da força de trabalho. RHs e líderes empresariais devem antecipar e formar novas alianças para desenvolver estratégias e programas integrados de força de trabalho que possam ajudar a organização e colaborar com a ampla rede de força de trabalho disponível.