Novas leis para novos tempos
Li um artigo do NYT na semana passada e lá conheci a Lina Khan, autora de um estudo chamado Amazon’s Antitrust Paradox, publicado no Yale Law Journal. O texto desencadeou um enorme debate nas leis antitruste nos EUA.
A ideia principal é que a lei antitruste americana usa o “preço ao consumidor” como indicador de competitividade de um mercado mas companhias como Facebook, Google e Amazon estão atingindo enormes graus de concentração oferecendo preços cada vez mais baixos para o consumidor. Aí se estabelece o tal paradoxo. O debate está quente e o argumento já recebeu até apelido: Hipster Antitrust. Me parece uma tentativa de desmerecer a ideia e sua autora mas acho que não está surtindo efeito. Ainda bem.
Muitas pessoas argumentam sobre a necessidade de alguma intervenção para garantir competitividade na nova economia (o Scott Galloway é um dos que tem sido bem vocal em relação ao assunto) mas a Lina Khan coloca o tema em outra perspectiva, mostrando que as velhas leis não darão conta dos desafios da nova economia.
Me falta conhecimento técnico para avaliar o assunto em profundidade mas, da superfície, concordo muito com sua perspectiva e estou adorando ver como precisamos de novas visões sobre velhos assuntos. É muito legal ver a Lina Khan, que nasceu em Londres e é filha de pais paquistaneses, escrever isso aos 28 anos e hoje atuar junto ao FTC (um CADE dos EUA, até onde entendo) para evoluir a lei americana.
Para quem não tiver interesse na leitura aqui dá pra vê-la defender os argumentos centrais em um video curto:
Essa é só uma das tantas discussões importantes do nosso tempo. Como ocorreu no caso da neutralidade da rede ou da cambridge analytica fica claro o abismo entre a velocidade das mudanças no mundo e da evolução das instituições (no Brasil, nos EUA e em qq lugar). Por mais Linas Khan!
Pedro, thanks for sharing!
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5 aPedro, parabéns pelo artigo! Obrigado também por compartilhar o texto do NYT! Embora direito concorrencial não seja um assunto que eu domine com profundidade, tenho acompanhado como consumidor e como cidadão a evolução desse debate sobre o presente e o futuro de big tech.