Novas Rotas de Consumo Para Comportamentos Revolucionários

Novas Rotas de Consumo Para Comportamentos Revolucionários

Você está com a sensação de que o mundo está super-lotado? Passa grande parte do seu dia em fila de pessoas ou carros quando quer comprar algo? E como se não bastasse essa sensação de viver esbarrando em pessoas como se vivesse em um formigueiro, ainda começa a perceber que os produtos que são vendidos no supermercado por marcas “conhecidas” estão te deixando cada vez mais doente/indisposto?Seria isso uma nova doença transmitida pelo Aedes aegypti? Ou uma daquelas viroses que atinge todo mundo no trabalho de uma só vez?

Não é nada disso e para piorar te digo mais, o que você tem NÃO TEM CURA. Você está sofrendo o mal do Consummus Despertus, isto é, um nome que inventei agora para dizer que você acordou e está sentindo na pele danos do comportamento da sociedade de consumo. Cada dia que passa, mais pessoas despertam para essa sensação claustrofóbica de estar se afogando no meio de dívidas/pessoas/lixos/carros. Mas calma, posso indicar para você ferramentas que não só atenuam este estado desperto, como fazem você descobrir um novo jeito leve de viver a vida.

Muitos já despertaram como você e estão há um tempo discutindo em fóruns de internet, grupos em redes sociais, canais no youtube, maneiras de reverter este quadro. Estes espaços físicos e digitais, fomentam questionamentos e novas ideias com uma forçae raio imenso de compartilhamento. Tudo isso para escapar dos produtos e serviços oferecidos pelo eixo industrial. A questão não é nadar contra a corrente e sim buscar fluxos fora da correnteza.

Os conteúdos levantados são tão diversos que agora existem aplicativos que unem pessoas com os mesmo interesses, otimizando a busca e organizando o conteúdo de maneira didática e atrativa. Esse compartilhamento de saberes são apresentados como verdadeiros MAPAS DO TESOURO. Isso mesmo! O facilitadores digitais normalmente vem acompanhados de um mapa onde você indica com imagens e/ou avaliações o lugar onde se esconde as preciosidades encontradas. Toda essa possibilidade de qualificar a informação nos faz sentir como exploradores em um mundo de tesouros escondidos.

ROTAS DE COMPARTILHAMENTO

Levando o conceito MAPA DO TESOURO ao pé da letra, existem muitos aplicativos que apresentam alternativas para escapar do caos urbano e ir respirar ao ar livre um pouco de floresta pura. Para se aventurar em cachoeiras e matas não é preciso ser um expert e sim força de vontade e um celular com GPS. A tecnologia neste caso é uma grande aliada, pois ajuda a guiar o seu caminho através de mapas e imagens, tudo isso oferecido por alguém que já se aventurou no mesmo espaço alguma outra vez e deixou registrado para facilitar para o próximo interessado. O WIKILOC, por exemplo, é um aplicativo gratuito que permite o compartilhamento de fotos, mapas, veículo utilizado para fazer o caminho(a pé, bike ou moto) e até mesmo classificar o grau de dificuldade da trilha para se chegar em determinado local.

Poucos sabem, mas no GOOGLE MAPS é possível demarcar fotos de ambientes que você explorou, dessa forma, quem busca um local no mapa terá acesso a imagem tagueada por outros que já estiveram ali e compartilharam. A sensação é equivalente a de fincar uma bandeira em um novo território. Confira o tutorial para adicionar imagem a um local do google maps.

NASCE UM OUTRO TURISMO

A ideia de encontrar novas alternativas para escapar da rotina e conhecer novos lugares também se aplica ao contexto de “Viajar mais por menos”. Vale para quem quer escapar de roteiros super-lotados e engessados oferecidos em pacotes por companhias de viagem. O sentimento agora é de ser um explorador que descobre, através de muita pesquisa e leitura de diversos links, lugares puros e selvagens.

O ato de buscar novas rotas, faz o local descoberto ter ainda mais valor para o visitante e isso torna o turismo mais construtivo, com mais trocas, e menos predatório.

Além da necessidade de encontrar lugares diferentes do turismo tradicional, existe a limitação do custo de se viajar. Porém, esta limitação já foi desbloqueada através de novos canais que apresentam um novo formato de economia que não se baseia somente em quanto de dinheiro você leva no bolso.

Um novo meio de viajar e gastar menos é não monetizar a sua hospedagem.No site World Packers é possível encontrar hostels que aceitam que o hóspede trabalhe no local em troca de sua estadia. O tempo da jornada de trabalho varia de acordo com o local escolhido, mas costuma ser algo semelhante a 4 horas por dia com 2 dias de folga.

OLHOS DE TURISTA PARA A SUA PRÓPRIA CIDADE

Para sair da rotina, nem sempre é necessário sair da cidade, aliás, nem mesmo para sair da rotina é preciso sair da própria rotina. Tudo isso pode ser re-significado através de um novo olhar. A sensação de “busca ao tesouro perdido” está sendo alimentada através de projetos e ações que convidam as pessoas a olhar para sua cidade com novos olhos. Muitos projetos pontuam iniciativas interessantes dentro de bairros e ruas, convidando o morador a ampliar sua rota corriqueira do trabalho para casa e da casa para o trabalho para buscar novos tesouros escondidos.

Para quem mora em Belo Horizonte eu apresento duas dicas para se redescobrir esta cidade maravilhosa. O projeto BhCool por exemplo, uma iniciativa da CoolHow e apoiadores, é uma iniciativa muito legal de divulgar o que está acontecendo de cool na cidade, visitando bairros, estabelecimentos, feirinhas etc.

Também em BH, foi criado um mapa colaborativo que permite as pessoas taguearem árvores frutíferas da cidade, com uma variedade que vai desde árvores de pitanga a goiabeiras. Conhece alguma árvore frutífera? Corre lá e marque ela também.

CONSUMO CONSCIENTE

A necessidade de buscar alternativas diferentes às oferecidas pela indústria atingiu os hábitos alimentícios também. Documentários e vídeos desmascaram frequentemente rótulos e embalagens de grandes marcas e mostram o porquê das pessoas se sentirem cada vez mais doentes e indispostas.

Compreender as letras miúdas dos ingredientes do rótulo de um produto é cada vez mais um ato revolucionário.

O canal do youtube, “DO CAMPO A MESA”desmistifica alguns produtos que se apresentam como “saudáveis” utilizando embalagens com etiquetas “LIGHT”ou “INTEGRAL”. Demonstrando como estes produtos não passam de maneiras mais atraentes de se vender mais açúcar e conservantes. Veja abaixo um dos vídeos:

O compartilhamento dessas informações gera uma crescente desconfiança no que é produzido por grandes marcas e aumenta a busca por pequenos produtores. A caça ao tesouro, nesse caso, é feita através de indicações de empresas pequenas ou caseiras que ganham o valioso selo de confiança do consumidor. A compra consciente empodera o consumidor que não depende mais do leque de produtos presente no supermercado. Agora existe um novo mercado, produzido para nichos específicos para quem busca o conforto e a segurança de uma comida caseira.

Um dos reflexos deste comportamento é queda venda de ovos de páscoa, relatada todo ano pelos jornais. Porém não estão contabilizando o aumento de vendas dos pequenos produtores, onde muitos produzem chocolates para nichos específicos, como pessoas sensíveis a certos ingredientes ou intolerâncias alimentares. A empresa CHOCOLAT LAB chama a atenção no meio por focar sua produção na CONFEITARIA INCLUSIVA, isto é, guloseimas que que podem ser produzidas sem corantes, ingredientes de origem animal, açúcar refinado, glúten etc. Ideal para mamães com filhos alérgicos a determinadas substâncias ou que simplesmente querem por à mesa algo saudável, sem privá-los de comer gostosuras.

NOVOS TEMPOS

O empoderamento de se informar antes de consumir é um comportamento que migrou para o nosso planejamento e nos auxilia na hora de tomar decisões sobre o quê e de quem iremos comprar determinado produto, onde iremos passar as nossas férias. A indústria observa isso como algo assustador e transgressor. Muitas vezes, a queda de venda de um produto ou uma aparente crise relatada em um meio de comunicação, significa apenas uma pulverização da economia que agora atende a novos meios de negociação. A era está fértil e frutífera para aqueles que querem desbravar o mercado e produzir itens para nichos específicos ou para aqueles que foram esquecidos e mal representados nos comerciais de margarina da televisão.

O planeta agradece a alternativas cada vez menos predadoras que enaltecem cada ato de reduzir o ritmo de consumo. O número de consumidores conscientes ainda é pequeno, pois restringe pessoas com acesso a tecnologia e paciência para correr atrás de novas informações, porém aos poucos (bem aos poucos) percebemos a própria indústria tentando se modificar com linha de produtos menos agressivos a saúde e ao meio ambiente. Pensando em um futuro otimista, estamos caminhando para pessoas mais preocupadas e conscientes de que o ato de comprar é cada vez mais um ato político, como uma bandeira que você levanta contra ou a favor de alguma causa.

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