"NOVOS E NOVOS VERSOS", por IR
«Só eu sei porque tenho de re-começar a escrever
Novos e novos versos, sobre os mesmos temas de sempre,
Sentada à mesa de um faustoso banquete platónico –
De almas e de corpos unidos e nus –
Saboreando iguarias várias: a Verdade, o Amor
O Bem, o Justo, a Virtude, o Belo,
Que me levam até à origem do princípio do Mundo.
Só eu sei porque tenho de re-começar a escrever
Novos e novos versos, sobre os mesmos temas de sempre,
Lembrando-me dos heróicos poemas antigos –
Mas não gastos pelos rastos do Tempo –
Seguindo as suas palavras-de-origem,
Mestras do Pensamento, da Vida e da Poesia,
Acompanhando os épicos lugares das glórias infinitas
Dos Homens, que a morte física não viveram.
Só eu sei porque tenho de re-começar a escrever
Novos e novos versos, sobre os mesmos temas de sempre,
Recordando-me da exaltação das odes sublimes,
Das quadras e dos sonetos perfeitos,
Dos versos sem rima – porque a rima não é precisa! –
E da dor do Amor revelada neste meu hábito da Poesia,
Que só se esvai quando os corpos vislumbram
O caminho de regresso à sua morada consagrada
De almas serenas de pura dádiva, sem agonia.»
IR/O meu semi-heterónimo!