O advogado do (futuro) hoje

É inegável que a sociedade já está, ou ao menos caminha a largos passos rumo à 4ª Revolução Industrial, expressão desenvolvida por Klaus Schwab, em sua obra “A quarta revolução industrial”, a qual implica em novo modelo econômico e verdadeira quebra de paradigma que transforma, de maneira substancial, as relações sociais e profissionais.

Criam-se, a todo instante, modelos de negócios disruptivos e inovadores, que cada vez mais quebram com padrões antigos e burocráticos em prol da efetividade da prestação de seus serviços. Nesse contexto, não se poderia esperar menos do advogado contemporâneo do que sua adequação à era 4.0.

Nesse panorama, almeja-se não mais por meras palavras bonitas, uma enxurrada de jargões jurídicos, ou por textos extensos e redundantes. Na verdade, o “menos é mais”, e, a depender do cliente ou do destinatário final, quanto mais visual for um contrato, ou mesmo uma petição – utilização de legal design, canvas jurídico e visual law –, mais eficaz será a mensagem a ser passada.

O Direito, apesar da convencional visão engessada da própria Academia, precisa passar por profundas transformações, a fim de que cumpra com o seu propósito de acompanhar as demandas sociais. Nesse sentido, é improtelável a criação de um novo modelo (jurídico) de trabalho, em que, tão importante quanto o desenvolvimento das hard skills, seja também o das soft skills.

Ante esse quadro, ao advogado do hoje não cabe mais se restringir ao seu “quadrado”, mas ter a compreensão e visão de um todo sistêmico, não devendo apenas “mostrar as cartas” ao cliente e usar o seu bom e velho “juridiquês”, mas entender a dor do cliente, atuando como cocriador de soluções que atendam às expectativas desse, e que agreguem valor para seus respectivos negócios.

Isto somente se tornará possível a partir do momento em que a inovação, as soluções tecnológicas, a empatia, o espírito de colaboração e a integração sejam adotados como vetores de atuação profissional.