O Brasil avança na inclusão jovem: a menor taxa de jovens fora da escola e do trabalho da história
Introdução
O Brasil, em 2023, registrou um dado que marca um avanço significativo para a inclusão de jovens no mercado de trabalho e na educação: a taxa de jovens entre 15 e 29 anos que não estudam nem trabalham atingiu o menor nível da série histórica, com 21,2% da população jovem (10,3 milhões de pessoas). Este é um reflexo positivo das transformações socioeconômicas e das políticas públicas que têm ajudado a promover mais oportunidades de estudo e de emprego para essa faixa etária.
Avanços no cenário socioeconômico
A redução do percentual de jovens que não estudam nem trabalham reflete uma série de esforços coordenados ao longo dos últimos anos. Programas como o Pronatec e o Fies, por exemplo, têm possibilitado o acesso de milhares de jovens ao ensino técnico e superior, ao mesmo tempo em que políticas públicas voltadas para a inclusão no mercado de trabalho têm criado oportunidades para a primeira experiência profissional. A melhora está também diretamente ligada à retomada econômica e ao crescimento do nível de ocupação no país, que foi crucial para uma redução considerável nesse índice.
Além disso, os dados apontam que, apesar da melhoria geral, ainda existem desafios importantes a serem enfrentados. Um dado que chama a atenção é o crescimento da participação de mulheres negras (pretas e pardas) entre os "nem-nem", um grupo tradicionalmente mais afetado pela falta de oportunidades. Esse aumento é um reflexo das dificuldades enfrentadas por essas mulheres, especialmente aquelas sem rede de apoio, que acumulam responsabilidades familiares e enfrentam barreiras adicionais para acessar o mercado de trabalho ou o sistema educacional.
Desigualdade persistente e desafios futuro
Embora o Brasil tenha alcançado um número histórico, é importante observar que o recuo da taxa de jovens "nem-nem" não deve ser visto como uma vitória definitiva. Existe uma enorme desigualdade entre as regiões e classes sociais. Jovens de áreas periféricas, com menor poder aquisitivo, continuam enfrentando dificuldades para acessar a educação de qualidade e ingressar no mercado de trabalho. Essa realidade impõe desafios persistentes, exigindo que o país siga aprimorando suas políticas públicas para garantir que todos os jovens, independentemente de sua origem social ou geográfica, tenham as mesmas oportunidades.
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Ainda assim, o cenário atual traz otimismo. A melhoria nas taxas de inclusão social, somada à retomada do crescimento econômico, aponta para um futuro mais promissor para as novas gerações. O IBGE revelou que a participação das mulheres negras entre os "nem-nem" aumentou de 43,3% em 2022 para 45,2% em 2023, indicando que o Brasil deve continuar trabalhando para reduzir as desigualdades estruturais, criando oportunidades mais igualitárias para todos os jovens.
Conclusão
O avanço registrado pelo IBGE é um reflexo positivo de um Brasil em transformação, com avanços na educação e na inclusão no mercado de trabalho. Embora a diminuição da taxa de jovens que não estudam nem trabalham seja um indicativo de que o país está no caminho certo, ainda é essencial que as políticas públicas sejam aprimoradas e que o apoio a grupos mais vulneráveis, como as mulheres negras e os jovens das classes sociais mais baixas, seja intensificado. O fortalecimento de políticas públicas voltadas para a juventude é fundamental para garantir um futuro mais justo e próspero para todos os brasileiros. O desafio agora é continuar essa trajetória de inclusão, reduzindo desigualdades e criando um ambiente de oportunidades para que todos os jovens possam alcançar seu potencial máximo.
Referência
BRASIL. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 2024. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=2101760