O Brasileiro não gosta da verdade.
O Brasileiro não gosta da verdade.
A frase parece uma afirmativa forte, mas de fato não é. Desconfiamos de tudo o tempo todo, isto nos leva a simplesmente desconhecer a verdade diante de nossos olhos pois a colocamos no balde das dúvidas.
Na corrida de cães costumam colocar uma lebre empalhada em um mecanismo do outro lado da cerca disparam, abrem os portões e os cães saem em abalada carreira atrás da lebre. Nenhum deles salta para o outro lado, nenhum deles repara que a lebre não muda de direção, não se move ou olha para trás, simplesmente correm.
Estamos sendo conduzidos dessa forma por uma série de políticas, mas regadas a ideologia do que a entendimento sério e em um visão ampla do problema ou situação que pretende se resolver. Temos os movimentos sociais que cavam cada questão até a ambiental para encontrar nela fluidez suficiente para criar algum tipo de movimento ou correlação.
Temos os interesses do poder econômico preocupados com seu espaço que avilta e distorce igualmente a realidade de fatos e situações para darem pano as suas posições ou mesmo para seu contínuo poder.
O Estado que por omissão ou ainda dificuldade de alinhamento ou competência também não orquestra ou pede orquestração levando em conta todos os parâmetros da economia, sociedade e qualidade de vida.
Temos sobretudo a falta de conhecimento e senso crítico em nossa sociedade agindo exatamente como os cães da corrida, sem parar para questionar ou pensar e ainda entender melhor o que está ocorrendo.
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As redes multiplicam ruídos de teorias da conspiração coniventes e até em conluio com direcionamentos políticos que em si não trazem qualquer solução ou contingência.
Após tudo isto continuamos do mesmo jeito sem um programa que trate o risco ambiental frente à população como um todo.
Os gritos das ocorrências no nordeste, Sul e agora no cerrado paulista, goiano e mineiro apenas apontam uma questão com clareza, não temos um programa nacional e seus tentáculos nos estados para tratar situações como esta. E nos perdemos em acusações e disputas que não trazem qualquer resultado às populações e ao país.
Os últimos a serem consultados são os cientistas ou mesmo seguradoras com seus estudos ou ainda os especialistas. Consultados são repórteres âncoras e sensacionalistas, governadores, prefeitos e até presidente que a única coisa em mente que tem é dizer que são heróis por fazer o que deviam ou insinuar a culpa de alguém ligado ao rival. Assim ficamos entre o crime organizado e o Agro, mas me pergunto porque teriam algum interesse nisso, que lucro de voto ou prejuízo de voto poderiam ter, que ganho em chamar a atenção para si.
No fundo os políticos em geral e as lideranças soltam a lebre para os cães correrem atrás sem questionar o principal. Assim ninguém questiona a ausência de programa ou planejamento ou monitoração e todos têm a oportunidade de se dizer heróis e ganhar uns pontos com seus seguidores com a suposição da conspiração.
Precisamos começar a refletir sobre o que escolhemos em nossas lideranças e a forma que escolhemos porque corremos o risco de ficar correndo atrás de lebres em círculo a vida toda sem sair do lugar.
Adamario Maximo dos Santos Filho