O CÁLCULO ECONÔMICO NA "A AÇÃO HUMANA" REVISITADO: Com Mises, Além de Mises (Ihering Guedes Alcoforado)
Prof. Ihering Guedes Alcoforado celebrará os setenta anos de publicação de A Ação Humana, a obra magna de F. von Mises junto com seus alunos do curso de Política e Planejamento e os demais interessados. O ato constará uma aula aberta na qual ressaltará a crítica ao planejamento centralizado formulada pelo Mestre austríaco por meio da evidenciação da (im)possibilidade do cálculo econômico e, em decorrência da construção da ordem socialista, tendo como pano de fundo algumas das mais relevantes reflexões sobre as possibilidades e limites do planejamento formuladas a partir de meados do século XX.
O objetivo é duplo. O primeiro é chamar atenção para as possibilidades ainda em latência não só nas críticas ao planejamento centralizado, mas principalmente nas propostas de um planejamento descentralizados elaboradas de forma explicita por F von Mises e F von Hayek e, de forma implícita por Ronald Coase.
O segundo objetivo é propor os fundamentos de um framework no qual a ação do Estado seja exercida de forma indireta via a desenho do ambiente institucional (Coase), e, assim, explicitar os fundamentos do "planejamento monológico", por meio do qual se poderá assegurar a criação de novos mercados fundado em novos regimes de propriedade e de contratos, que permita o aprofundamento e extensão da pratica do planejamento tendo como unidade de referência a expressão atual das “firmas integradas verticalmente” proposta por Michal Kalecki numa tentativa de resolver os problemas de coordenação manifestos na economia socialista polonesa submetida a um planejamento central. .
Nas considerações finais, o Prof. Ihering Guedes Alcoforado argumentará que as firmas integradas verticalmente é uma intuição kaleckiana extraida da experiência socialista polonesa que corrobora empiricamente as organizações hibridas teorizadas por Olivier Williamson formulado por meio da potencialização dos insights de R Coase (1937) extraido das possibilidades em latência na teoria da firma neoclássica a partir da flexibilização da premissa dos custos de transação zero.
Resumindo, o Prof. Ihering Guedes Alcoforado defenderá que a base conceitual do arranjo organizacional adotado pelas cadeias de valor global nas suas expressões mais elaboradas são firmas integradas verticalmente (e não meras firmas integradas), a exemplo das adotadas no agronegócio brasileiro por meio da dita "produção integrada" e, que tais arranjos organizacionais podem ser comandadas pelo estado nos elos nacional via ajustes nos regime de propriedade, de contratos e de responsabilidade, mas sem comprometer o controle privado tanto nos "territórios" nacionais como nos "espaços" globalizados, configurando o núcleo do planejamento monológico descentralizado e democrático que julga o mais adequado as sociedades democráticas do tempo presente, em contraste com o planejamento teleológico que corresponde a realidade política totalitária vigente em meados do século passado..