O caminho, a decisão e o quilômetro extra.

Após alguns meses de sedentarismo durante a quarentena, recentemente voltei a correr no parque aqui perto de casa. Sempre aumentando minha meta do dia e em busca de retomar meu condicionamento físico.

E perto de completar as 3 voltas que estabeleci como meta de hoje, estava bem cansado pela falta de preparo. Foi quando cheguei ao meio do caminho, no qual há uma ponte que me levaria direto para o outro lado do parque. Isso me faria economizar metade do percurso da última volta.

Nesse momento eu estava pensando na minha vida profissional e nas decisões que fiz desde o começo do ano. Não por acaso, ao me deparar com os dois caminhos que se apresentavam para mim, lembrei do Ponto de Inflexão tão bem exposto por Flávio Augusto no livro que recebe o mesmo nome.

Veja bem, meu objetivo macro foi sair para correr. A conclusão do objetivo final é voltar para casa, todos os dois caminhos me fariam chegar em casa. Um mais rápido, e que eu poderia usar a desculpa de "estou muito cansado, amanhã eu concluo as três voltas"; Ou o caminho mais longo e também o mais cansativo.

Mas no final das contas, o resultado esperado com o cumprimento do meu objetivo só vai ser alcançado de maneira mais coerente se eu seguir o caminho mais longo. Uma vez que meu resultado ao sair pra correr é melhorar meu condicionamento físico — perdido durante os 4 meses de quarentena. Porque uma vez que eu completei as 3 voltas hoje, amanhã posso completar quatro. Se eu deixasse para completar as 3 voltar amanhã, levaria mais tempo para completar as 4. Por ai vai.

Mais acima afirmei ter lembrado do Ponto de Inflexão, que é, em linhas gerais, um momento de tomada de decisão que pode mudar sua vida de maneira definitiva. Isso porque no início do ano vivi o maior da minha vida. Escolher o caminho mais curto e que traria meu objetivo de maneira rápida, porém sem muitos resultados concretos; Escolher o o caminho mais longo e cansativo, porém com uma mensuração muito mais clara de resultados e construção de um caminho sólido.

Eu escolhi o segundo caminho. Tanto na corrida de hoje, quanto na decisão profissional. Ter lembrado disso foi um combustível extremamente necessário para continuar correndo. Nos dois sentidos. A certeza de andar por caminhos mais sólidos pode até ser sinônimo de maior desgaste, mas também é a de conseguir olhar para o futuro com mais clareza.

É o caminho mais longo que nos constrói. É o caminho mais longo que nos deixa pronto para caminhos ainda mais longos, mais tortuosos, e que nem todos conseguem ou não estão com o condicionamento suficiente. Como eu conseguirei atingir minhas 5 voltas no parque, se sempre paro na metade da terceira e não me esforço para alcançar meus resultados?

"A acomodação fede, ela é uma areia movediça que mata lentamente o nosso entusiasmo. Parece bom, parece prazeroso, mas dura muito pouco tempo."

Ponto de Inflexão, Flávio Augusto da Silva.