O chamado mal moderno pode ser regulado com a alimentação de todo dia

Leonardo Aguiar , Médico e consultor Jolivi - CRM-SC: 9847

Olá, leitor.


Quantas vezes o teu corpo te manda uma mensagem de que é preciso parar um pouquinho, e, este sinal, seja por pressa e em nome de outros compromissos, é negligenciado, silenciado, ocultado por completo?


Nesta edição do Café com Saúde, neurologista Dr. Ricardo Leme já alertou que há, no mundo contemporâneo, um novo sentido de urgência e uma relação com o tempo que contribui para agravar as doenças e torná-las crônicas.


Segundo ele, isso ocorre porque, além de um padrão alimentar questionável e uma dificuldade imensa de fazer exercícios físicos, também ficamos surdos na hora de escutar os sinais do nosso corpo.


Em quantidade exagerada, a ansiedade faz o nosso organismo andar fora do ritmo, sem ordem e muito mais lento.


Não seria exagero dizer que todos os órgãos são afetados por este mecanismo, já considerado o grande mal da vida moderna.


Antes de te oferecer um guia importante de quais ingredientes alimentícios investir, e quais excluir da sua dieta diária, vou mostrar como funciona um corpo ansioso (e estressado) em relação à comida.


Alimentação


É bastante provável que você se alimente de muitos produtos alimentícios no lugar de comida de verdade.


Estes alimentos processados, embalados e ensacados, são ricos em sódio, açúcar e substâncias que provocam 2 efeitos principais no corpo.

 

O primeiro é chamado oxidação, que é parecido com a ferrugem, deixando as células “duras” e com pouca mobilidade para eliminar as sujeiras que não te fazem bem.


O segundo é chamado de glicação, que promove uma espécie de “caramelização” das células do corpo, deixando-as lentas, pesadas e também ineficientes.


Gordura armazenada


A oferta sem qualidade de nutrientes para o corpo e o exagero de açúcar fazem com que o pâncreas seja sempre estimulado a produzir um hormônio chamado insulina.


O trabalho da insulina é levar o açúcar para dentro das células e assim produzir energia. Com o excesso de carboidratos, a insulina não dá conta de fazer este trabalho. Com isso, todo o açúcar é estocado em forma de gordura.


O pâncreas também vai ficando cansado, parando de produzir insulina, dando início ao diabetes.


O intestino também é comprometido porque, com este padrão alimentar, as fezes ficam endurecidas, não são eliminadas com facilidade e o corpo armazena várias toxinas.


O cérebro fica com mais dificuldade de concentração.


A oxigenação do organismo é comprometida, e os pulmões também são mais exigidos. A respiração fica ofegante.


O coração fica sem a elasticidade necessária para a dilatação e contração, batendo fora do ritmo. A escola de samba começa a descompassar.


No corpo como um todo, a produção de hormônios relacionados ao bem-estar – no caso, a serotonina e a dopamina – é praticamente paralisada. O corpo entende que este estado de “vigília” é porque estamos em constante perigo.


Para sobreviver a estas condições, o cérebro manda uma mensagem para as glândulas suprarrenais, localizadas perto dos rins, ordenando a produção do cortisol – também chamado de hormônio do estresse.


O cortisol é a substância que nos impulsiona a sair da cama e a resolver problemas.


Mas, em excesso, ele nos deixa confusos e com o pavio curto, a ponto de estourar.


O ciclo vicioso é instalado. Mais outra bola de neve.


Pronto, agora você já entendeu os efeitos da ansiedade (e também do estresse) no organismo. E com a influência da alimentação aí, na sua cara, não dá para pensar em comida da mesma forma.


É preciso tomar decisões importantes.

Elimine do cardápio:


- Produtos extremamente açucarados;

- Produtos enlatados;

- Embutidos;

- Café e cafeína (também presente em alguns chás);

- Refrigerantes;

- Sucos industrializados.

 

Para isso, separei algumas dicas:

 

Dica 1 – Faça mais compras em feiras do que em supermercados.

Dica 2 – Coma ao menos 3 frutas por dia.

Dica 3 – Prepare saladas variadas, com cinco cores ao menos, e armazene em pequenos potes de vidros na geladeira. São ótimas para refeições rápidas.

Dica 4 – Deixe um mix de grãos (castanhas, amêndoas, chia e linhaça) – sem sal – em pequenos sacos plásticos grampeados e leve para os lanches entre as refeições.

Dica 5 – Pare de usar caldos prontos para o cozimento. Eles são uma bomba de sódio e não agregam mais sabor à comida.


Inclua no cardápio


1) Carboidratos, que demoram mais para serem processados. Cito aqui a batata doce, abóbora, mandioquinha, inhame e o aipim (mandioca). Duas vezes por semana, substitua o arroz de todo dia por estes acompanhamentos.


2) Invista em alimentos que equalizam o cortisol, em especial os ricos em fenilalanina, sendo eles couve manteiga, agrião, alcachofra, carne de frango (não processada) e ovos.


3) Aposte nas comidas fontes de triptofano e vitamina B3, aminoácidos que facilitam a produção de serotonina, sendo eles: leguminosas (feijão, lentilha, soja), nozes, cacau, cereais integrais – aveia e arroz integral são as melhores indicações – além dos peixes e sementes de abóbora.


4) Não esqueça dos alimentos que fortalecem a flora intestinal. Os probióticos e os prebióticos. Os probióticos estão presentes em alimentos como vegetais fermentados, natto e missô (estes últimos, alimentos resultantes do grão ou da posta de soja fermentada). Já os prebióticos – também chamados de fibras não digeríveis como fruto oligossacarídeo e inulina – estão presentes em alimentos de origem vegetal como cebola, alho, tomate, banana, cevada, aveia, trigo e mel.




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