O compromisso das Marcas e dos Meios de Comunicação com a Igualdade e a Inclusão no Esporte
Há algumas Olimpíadas, pouquíssimas marcas aceitavam vincular sua imagem ao esporte paralímpico.
Eis o motivo.
O marketing e a publicidade sempre se pautaram pela busca da imagem ideal para vender qualquer produto ou serviço.
Por décadas, isso significava exibir corpos perfeitos, saudáveis, de preferência magros e brancos, em propagandas nos diversos meios de comunicação.
A ideia de mostrar um corpo comum ou fora dos padrões estabelecidos, seja no horário nobre da TV ou nos sites de grandes empresas, simplesmente não era considerada.
Nenhuma marca se arriscava em tamanha “ousadia”.
Nenhum CEO colocaria em risco sua reputação ou posição para trazer à tona a realidade humana: não somos perfeitos e o padrão, na verdade, não existe.
Duas grandes marcas quebraram esse paradigma. Há mais de uma década, CAIXA e Loterias CAIXA começaram a patrocinar o esporte Paralímpico, abrindo um caminho de oportunidades para inúmeros atletas e contribuindo para que o Brasil tenha como objetivo estar entre os oito primeiros no quadro de medalhas nas Paralimpíadas de Paris.
Esse apoio não só trouxe visibilidade ao esporte Paralímpico, mas também ajudou a romper preconceitos e estigmas que por muito tempo marginalizaram esses atletas. Estudos mostram que a visibilidade midiática dos atletas Paralímpicos contribui significativamente para a mudança de percepção do público em relação à deficiência, promovendo inclusão e respeito.
No entanto, os desafios ainda são enormes. Atletas Paralímpicos muitas vezes enfrentam dificuldades que vão além das competições – como a falta de patrocínio, infraestruturas inadequadas e o preconceito persistente. Nesse contexto, o papel das marcas se torna ainda mais crucial, não apenas como patrocinadoras, mas como agentes de transformação social.
Tenho observado essa realidade começar a mudar.
Impulsionadas pelas discussões nas redes sociais, que deram voz às pessoas com deficiência, as marcas começaram a reconhecer o valor que temos a oferecer.
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O ser humano não vive apenas de corpos perfeitos.
É preciso ter história, conteúdo e coragem para posicionar uma marca em uma sociedade que, dia após dia, aprende a respeitar a diversidade.
Enquanto isso, em alguns países, a inclusão e a visibilidade dos esportes Paralímpicos já estão mais avançadas, com transmissões de alta qualidade e patrocínios robustos. O Brasil tem a oportunidade de seguir esse exemplo e se destacar como líder nessa área.
Contudo, ainda há muito a evoluir. A falta de paridade no espaço e tempo de transmissão dos Jogos Paralímpicos em relação aos Jogos Olímpicos evidencia como as grandes empresas de comunicação ainda operam em sistemas antigos, ultrapassados e desiguais.
De fato, a falta de diversidade em todos os níveis de uma empresa é prejudicial, e a conscientização é lenta. Contudo, já passou da hora de essa realidade mudar.
O padrão deve ser não ter padrão. Mas, neste caso, defendo que é essencial manter um padrão para garantir a igualdade na transmissão dos Jogos Paralímpicos.
Apoiar o esporte Paralímpico vai além de uma escolha de marketing; é um compromisso com a igualdade e a inclusão. Todos nós, como sociedade, temos um papel a desempenhar: assistir, apoiar e promover essa causa, até que a transmissão dos Jogos Paralímpicos seja tão natural e prestigiada quanto a dos Jogos Olímpicos.
Olá, sou Fabíola Machado!
Sou Mestre em Marketing e Comunicação, e tenho mais de 17 anos de experiência como gestora de projetos nas áreas de publicidade, propaganda, marketing, loyalty e novos negócios. Como Pessoa com Deficiência, minha trajetória é marcada pela superação e pela busca constante de inclusão e diversidade no ambiente profissional. Além disso, sou Palestrante Motivacional, onde compartilho minha história e insights para inspirar outros a alcançarem seus objetivos. Estou sempre em busca de novas oportunidades para aprender e colaborar. Vamos nos conectar!
Profissional de TI - FinOps da Nuvem, formação em Administração, Marketing, Controladoria Governamental, Big Data, BI e Analytics aplicados aos negócios, Economia, Estatística e futura Designer de Interiores.
3 mQue texto incrível! Leva a reflexão um assunto que deve e merece ser explorado! Parabéns, Fabíola! Que esses paradigmas sejam quebrados e possamos avançar ainda mais como seres verdadeiramente humanos.