"O compromisso e a emoção fazem pessoas brilhantes".
Transmontana da terra onde se celebram as sextas-feiras 13, de onde vem a parte séria da vida, tem gostos tão ecléticos como tiro, pintura a óleo ou cozido à portuguesa, preferencialmente antecipado por um belo tinto e um queijinho bem português. Orgulha-se de tudo o que fez, especialmente dos seus filhos. A sua vida é com pessoas, as que ama e as que serve, e para pessoas – esse é o horizonte, o combustível, a razão e onde está o coração.
1. Que conteúdos mais gosta de encontrar aqui no LinkedIn?
Sobretudo os que podem enriquecer-nos pessoal e profissionalmente. Gosto pouco da promoção gratuita, mas gosto que as pessoas mostrem o orgulho que têm no que fazem e conquistam. Gosto que mostrem a camisola que trazem vestida, mas se uns o fazem por “obrigação corporativa”, outros fazem-no porque aí está uma das missões da sua vida – e isso nota-se tanto. Como a minha avó me ensinou, “dia que não se aprende é dia que não se vive”, por isso detesto perder tempo com posts que não acrescentam nada.
2. O que não está no seu perfil de LinkedIn?
Todos nós, por vezes, escolhemos caminhos errados. A mim já me aconteceu muitas vezes, com pessoas, empresas, relações profissionais. Esses não os mostro muito porque sei que não vão ensinar nada a ninguém. Mas se vejo que uma pessoa que estimo está a “cair nesse erro de casting”, pois aí tenho de lhe dizer. Também não está nada que tenha a ver com vidas outras para além da profissional – aí, quando quero partilhar, tenho outras redes.
3. Qual foi o melhor conselho profissional ou de carreira que recebeu?
Um superior hierárquico que me disse “aqui não está feliz”. Foi muito bom, embora na altura não achasse nada, porque me obrigou a ser mais determinada e assertiva. Aí, ouviu o que queria, mas também o que não queria, e nessa altura senti-me mesmo muito mais feliz. Então, a partir daí, é o único caminho que quero seguir – esse, da felicidade. Por contraponto, o pior conselho que recebi, foi quando me disseram que teria de “dizer o que estava escrito e o que era aceitável que dissesse” – como atirei com a toalha ao chão, acabou por ser um excelente conselho!
4. Onde encontra inspiração?
Adoro servir e a melhor inspiração são sempre as pessoas – as que servimos e as que estão connosco nesse empenho.
5. Qual a sua característica mais marcante?
Se pudesse sair de mim e observar-me, creio que identificaria a empatia e o estilo profundamente relacional. Sou de relação fácil, mas face a cumprimento de objetivos posso ser tremendamente diretiva. Deve ser dos anos que foram passando, mas hoje não me inibo de contactar com quem quer que seja, se vir que posso trazer alguma coisa a essa pessoa ou se estou a procurar servir alguém que precise desse contacto. A minha avó também dizia “andas sempre com os bolsos cheios de empenhos” e durante muito tempo não os fazia seguir por não ser tão afirmativa nesses contactos.
6. Qual a sua maior extravagância?
Não sei. Acho que não tenho nenhuma.
7. Qual a qualidade que mais admira num líder?
Antes de mais, “coração”, ou se preferir “Inteligência emocional” na sua dimensão social. Depois, foco e determinação - Para aceitar alguém como líder terá de articular muito bem estas duas componentes ou será qualquer outra coisa que não um líder.
8. O que mais valoriza num colega?
O compromisso e a emoção, que não são incompatíveis e cuja conjugação faz pessoas brilhantes – conheço muitas e tenho muito gosto em trabalhar com muitas delas.
9. Um talento que gostaria de ter?
Acho que uma altura na minha vida tive algum talento para a pintura. Depois ficou esquecido, mas um dia será retomado. Acho que era o único que ambicionava ter. No campo profissional, gostaria muito de conseguir mobilizar mais as pessoas e mais pessoas, sobretudo para algumas causas. Até acho que o consigo fazer, mas no que toca a causas as pessoas têm de ter a coisa “lá dentro” ou depressa se desmobilizam e eu sou pouco de “empurrar” – digo muitas vezes “puxar, puxo – empurrar, não empurro ninguém” e por vezes sinto que isso me faz perder algumas pessoas para algumas causas.
10. Qual a sua ideia de felicidade?
Já disse publicamente – plantar morangos, vê-los crescer, colhê-los e comê-los: com as pessoas que amo!
11. Como gostava de ser recordada?
Como uma pessoa que deu tudo quando acreditou e que nunca baixou os braços. Como uma pessoa que adora fazer crescer pessoas e se realiza quando as vê brilhar – e essa ambição vai desde os meus filhos, ao meu companheiro de toda a vida, aos meus amigos, aos meus alunos e a todos com quantos me relaciono social ou profissionalmente.
12. Qual é o seu lema de vida?
“Se podes e sabes mudar aquilo que não te parece bem, tens o dever e a obrigação de o fazer. Se não podes e/ou não sabes, muda-te a ti.”
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33 Chávenas de Café é uma rubrica semanal, publicada às sextas-feiras, por Ariana Amorim
O Café #33 foi com Isabel Moço
Coordenadora e docente universitária | Advisory Board Member | Consultora e formadora
#33ChávenasdeCafé
Chief People Officer | Executive Board Member | People & Culture | Speaker | Trainer | Mentor | Advisor
2 aParabéns pelo conceito Ariana Amorim 🙌 E claro pelo conteúdo e pela ilustre convidada Isabel Moço 😉
Elegível para estágio OPP | BSc Politics | MSc Clinical Psychology | Talent Management | Learning & Development | People & Culture | Senior Trainer | Mental Health | Healthy Diet 🌱 🇵🇹 🇬🇧 🇪🇸 🇫🇷 🇮🇹
3 aApenas hoje, porque vim procurar a minha conversa de café para o partilhar com uma pessoa, me dei conta desta excelente entrevista, que adorei! Não sei como a fui perder, na altura, mas ainda bem que a recuperei agora. Pelo meio, uma passagem que me motivou especialmente, e que estou certa me fará fazer diferente e melhor (um dia conto). E sim, "no que toca a causas, as pessoas têm de ter a coisa dentro de si". Vejo e sinto isso todos os dias. Porque quem trabalha para essas causas, trabalha para aquilo que a motiva; retroalimenta-se; acaba, por isso, a trabalhar para si, em certa medida. E por isso se sente tão preenchido. Por isso, também, há quem abandone o conforto para se entregar a determinadas causas. É um tema delicioso! Gostei mesmo muito! Um abraço a ambas!
Fundadora do Projecto Trocar por Miúdos | Direcção Comercial e Operações | Intermediação de Crédito | Vendas | Formação |
4 aSer feliz a plantar,colher e comer morangos. Adorei. É uma boa forma de ser feliz.
Project Management
4 aUltima chavena de café? Não não! E com convidados desta qualidade, Ariana, não daria para mudar o sabor do café mantendo-o excepcional, mas continuar? Lamento seo o fecho de uma era, e sem desfazer os outros convidados, foi fechado com chave de ouro. A Isabel Moço e os seus morangos ficam em grande.
Muito obrigada por este momento Ariana Amorim! Quando somos gente de pessoas, a partilha é imperativa. Grata