O Covid-19 põe em xeque a serenidade do brasileiro no isolamento. Como podemos passar por essa fase e sairmos dela fortalecidos?
Acredito que a citação a seguir seja atemporal, e independentemente da posição que nós ocupemos no contexto social e familiar podemos colaborar. E, é disso que esse texto trata: fique bem e colabore.
"Seja autêntico. Seja honesto. Faça o melhor. Cuide bem da sua família. Trate as pessoas com respeito. Siga os seus sonhos." O Mensageiro Milionário". Brendon Burchard.
Vamos lá!
O que você têm feito em prol da sua serenidade e das pessoas ao seu redor?
Em primeiro lugar, peço a você que evite a ideia de tentar achar uma resposta cartesiana para as perguntas que serão expostas aqui, e também sugiro que evite respondê-las de bate-pronto, porque estamos passando por uma situação inédita na nossa geração, e é muito provável que nós estejamos fazendo muita coisa errada, ou, na melhor das hipóteses, trabalhando, cobrando e sendo cobrado no modo Frankestein.
Quem sabe a Mãe Natureza esteja querendo nos dar algum recado. Quem tem ouvidos ouça, não nos enganemos sobre a gravidade deste momento.
Portanto, o convido a refletir junto comigo, sobre: as perguntas colocadas neste texto, como se proteger contra o novo vírus, alguns indicadores econômicos, a principal fonte de serenidade (em tempos de guerra e paz) dos últimos 2.000 anos. E, também aprender uma técnica para lidar com as mudanças.
Proteja-se e "desparanói-se"?
Um dos fatos inegáveis nessa história no Brasil, é que desde o dia (26 de fev. 2020) com a confirmação do primeiro caso do novo Corona vírus: muita coisa tem mudado. As autoridades e muitas empresas têm se organizado para lutar a favor da vida, e incansavelmente trabalham também para deixar a população informada.
Segundo o Ministério da Saúde do Brasil as principais formas de se proteger contra o Covid-19 são:
- Lave com frequência as mãos até a altura dos punhos, com água e sabão ou então higienize com álcool em gel 70%.
- Ao tossir ou espirrar, cubra nariz e boca com lenço ou com o braço, e não com as mãos.
- Evite tocar olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas. Ao tocar, lave sempre as mãos como já indicado.
- Mantenha uma distância mínima cerca de 2 metros de qualquer pessoa tossindo ou espirrando.
- Evite abraços, beijos e apertos de mãos. Adote uma onda amigável sem contato físico, mas sempre com sorriso no rosto.
- Higienize com frequência o celular e brinquedos das crianças.
- Não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, toalhas, pratos e copos.
- Evite aglomerações e mantenha os ambientes limpos e bem ventilados.
- Se estiver doente, evite contato físico com outras pessoas, principalmente, idosos e doentes crônicos e fique em casa até melhorar.
- Durma bem, tenha uma alimentação saudável e faça atividade física.
Sendo que a transmissão acontece de uma pessoa doente para outra ou por contato próximo por meio de:
- O toque do aperto de mão é a principal forma de contágio
- Gotículas de saliva
- Espirro
- Tosse
- Catarro
- Objetos ou superfícies contaminadas como celulares, mesas, maçanetas, brinquedos e teclados de computador etc.
Mas será que toda a população brasileira pode gozar dos privilégios de higiene?
Pode ter soado um tanto quanto apocalíptico até aqui, e talvez seja de alguma forma o final dos tempos para muitas pessoas. Afinal, será que é todo mundo que:
- pode comprar álcool em gel e sabão para fazer a higiene necessária?
- possuem água e esgoto tratado?
- conseguem ficar em casa sem trabalhar e mesmo assim ter dinheiro para sobreviver?
- possui moradias que permitem o isolamento com a distância de 2 metros?
- haverá leitos hospitalares e equipamentos para a realização dos tratamentos conhecidos?
Se dermos alguns passos fora do bosque e visualizarmos ele de fora, iremos encarar uma realidade de:
- quase 12 milhões de desempregados.
- renda per capita de menos R$ 1.500 reais.
- cesta básica em torno de R$ 750,00 em São Paulo.
- cerca de 40% dos trabalhadores vivendo na informalidade.
- não existem leitos nem recursos suficientes para atender as doenças que já existem.
Enfim, de fato o cenário carece de muita atenção.
Quais são as possíveis fontes que podem desequilibrar a nossa serenidade?
Para quem pode trabalhar de casa, muitas empresas e pessoas têm criado políticas para elas, procedimentos e dicas para o trabalho remoto, por exemplo, se vestir como se fosse ir para o trabalho, preparar para ter uma rotina igual ao do escritório, avisar a família para não incomodar, estar em um ambiente silencioso e com boa conexão de internet durante as reuniões virtuais, continuar tratando os clientes da mesma forma como sempre foram tratados, e outras dicas. Como assim? Tentar seguir essas regras à risca pode gerar desiquilíbrio, o importante é a reorganização do modus operandi de cada um. Minha casa é minha casa, e ela até pode virar um escritório, mas tem outras coisas que precisamos lidar e incluir no trabalho a partir de casa para continuarmos produtivos e lucrativos para os nossos empregadores. Há necessidade de mais respeito e compaixão por parte de todos.
É importante destacar também o fluxo desconexo e veloz da propagação da informação pode ser o caminho para uma possível resposta para essa pergunta. Tomemos como exemplos: o bombardeio de reportagens na TV aberta, a qual trata o COVID-19 intensivamente e desproporcionalmente; nas rede sociais; e por meio do todo poderoso massificador/proliferador de informações (fake news ou reais) - Whatsapp - os quais têm nos orientado e também nos desorientado sobre as melhores maneiras de sairmos incólumes por esse período.
Desse modo, é imperativo termos calma com a voracidade com a qual absorvermos as informações, tomemos cuidado com as fontes que escolhemos ou as mensagens que compartilhamos e façamos um exercício de reduzir a ânsia de sermos o primeiro a querer divulgar uma notícia.
Uma mensagem de esperança.
Precisamos continuar firmes. Apesar do cenário incerto, dos sonhos interrompidos, dos adiados, daquelas pessoas que preferem viver alienadas ou em polarizações. Isto é, acreditar que as soluções irão se apresentar a medida que forem necessárias. Por isso, torna-se mister a garantia da serenidade. Matheus 6:25-34 nos orienta a passar por esse momento.
Se você parou e foi na Bíblia ler a passagem acima, já teve sua vacina contra sua cólera interior - deu um salto de fé - e está mais sereno do que nunca, podendo parar a leitura por aqui.
Se não é muito chegado no Novo Testamento ou passou direto ou está dando crédito à essa leitura, vai descobrir a seguir uma técnica para aumentar os recursos necessários, sejam os quais forem (esperança, otimismo, coragem...) para poder passar por esse período da melhor forma possível.
Antes de passar a técnica, eu gostaria de fazer um link com um dos filmes que mais me tocou nessa minha existência. Se você já assistiu “A Vida é Bela” - estrelado pelo ator e diretor Italiano Roberto Benigni (1972), ganhador do Oscar de melhor ator em 1999, pela atuação neste filme, muito possivelmente, irá entender ainda mais aonde eu gostaria de chegar - e, se ainda não assistiu ainda dá tempo.
Neste ponto, alguém talvez possa dizer - desdenhando: “Estamos só no início da terceira semana de isolamento voluntário. Pare de chorar! Nem o presidente do país acredita que isso seja necessário! Isso é só uma gripe, uma hora ou outra todos iremos pegar, etc...”. Para essas pessoas eu digo: "vocês estão certos!", mas, e se estiverem erradas? Claro que existem milhares de pessoas que vivem das formas mais variadas de isolamento - vivem em locais inóspitos, foram colocadas no isolamento por crimes cometidos, por estilo de vida, e por aí vai - e se dão muito bem nesses ambientes. Entretanto, a forma abrupta que nos colocamos nessa condição requer muita atenção às pessoas.
Primeiras sensações.
Durante essa fase de isolamento, pude perceber pelas leituras de alguns comentários nas redes sociais, principalmente no LinkedIn, uma tônica relacionada principalmente às mudanças de comportamentos e diferentes atitudes nos relacionamentos no mundo virtual. Características boas e ruins tem se acentuado. Possivelmente, essas observações tenham ocorrido pelo fato de estarmos em processo de transformação. Nossos sentido podem estar mais aguçados ou nos encontremos fragilizados frente aos eventos deflagrados com a nova realidade, devido a pandemia. Enfim, não vou me atrever a discutir sobre essas mudanças, nem me aprofundar nas minhas percepções, pelo menos neste momento, porque ainda estamos em processo de adaptação profunda e também não sou especialista no comportamento humano, embora, acredito que toda a experiência é válida.
Sugestão de uma técnica para poder alcançar a serenidade.
Compartilho abaixo uma tradução livre que fiz de um trecho de uma entrevista concedida ao Tom Bilyeu (do canal Impact Theory no YouTube) pelo místico e escritor Indiano Jaggi Vasudev (Sadhguru) - clique aqui para assistir a entrevista completa.
"Existem fortes evidências na área médica científica que mostram que quando estamos experimentando um estado de espírito agradável (alguns podem identificar esse estado com o famoso deboísmo - com um certo nível de stress não crônico) o nosso cérebro e corpo trabalham melhor.
Então, tudo o que queremos alcançar no mundo físico tem íntima relação com o controle da nossa própria fisiologia e processo psicológico.
Há uma grande diferença entre a nossa mente e corpo estarem trabalhando em conjunto a nosso favor ou contra.
Portanto, divirta-se primeiro e depois cresça.
Se nos divertirmos constantemente e não tivermos medo do sofrimento, porque entendemos que toda a experiência humana vem de dentro de nós, estaremos gerenciando a criação do tipo de experiência que queremos, com isso, o crescimento se torna possível e cheio de possibilidades.
Por outro lado, se tivermos medo de cair ou sofrer nós não iremos muito longe.
Como nós podemos nos manter nesse caminho?
Um dos caminhos mais simples para ver isso é entender que toda a experiência humana está baseada na química. Agora mesmo, pressuponhamos que nos encontremos em um estado de alegria (...). Permita-se parar um pouco e respire de forma tranquila e profunda (...) – pense – qual foi a última vez que você esteve feliz, muito feliz? (...) Lembre-se de dois ou três episódios. Lembrou? Se sim, selecione o mais forte. Quando estiver selecionado preste atenção na sua química e perceberá que de certa forma estará no caminho.
Os acontecimentos inesperados que ocorrem a nossa volta, das formas mais variadas possíveis, são inevitáveis, mas é um privilégio tê-los.
Escolher estar alegre ou triste.
Estar em paz ou mentalmente perturbado.
Também são privilégios de cada um de nós. Somos responsáveis por eles.
Todos os seres humanos devem se conscientizar disso: o privilégio da natureza da nossa experiência é de responsabilidade de cada um.
Quando saímos pelo mundo existem muitas forças. E, todas elas não estarão sempre trabalhando em cooperação a nosso favor. Algumas vezes elas cooperam muitas vezes elas lutarão contra.
Essa é natureza do mundo. É como ele deve ser.
No mundo nada acontece 100% ao nosso favor. E deveríamos estar felizes que é assim.
Um pouco no seu jeito, um pouco do meu jeito, um pouco do jeito de outra pessoa.
É assim que o mundo deveria ser."
Conclusão
As pessoas podem ter sua serenidade afetada se os status-quo do trabalho for erroneamente mantido dentro desse cenário de isolamento. E lembramo-nos da importância de se ajustar os diálogos externos e internos.
Sem alterações criativas para um novo modelo de operarmos, poderemos cair em recessão financeira e mental. Todos nós deveremos aprender a nos comunicarmos de forma mais inovadoras, novos vocabulários e códigos serão criados. Poucas coisas ou talvez nenhuma terão utilidade se ignorarmos a importância da adaptação e flexibilidade.
Finalmente, posso dizer que montar esse texto e seguir suas orientações me deixaram mais sereno, e se você chegou nele e teve a oportunidade de lê-lo, espero que também tenhas encontrado o nível de serenidade desejado para enfrentar os seus desafios diários.
Esteja bem e goze dos benefícios da serenidade.
São Paulo, 31 de março de 2020.
DPO / Membro ANPPD®/ Membro Especial da Comissão de Privacidade e Proteção de Dados OAB SP / PMO / Project Manager / Advogado em Direito Digital e LGPD
4 aMariano, excelente texto. A busca da serenidade é necessária para manter a sanidade mental. Teremos a oportunidade de aprender muito nestes tempos difíceis, principalmente sobre nossa dura realidade e como podemos ou devemos modificá-la. Orgulho e admiração de ter trabalhado com você. Abraços e saúde para todos.
DevOps Leader | Cloud & Automation | AWS | Manager | Infrastructure
4 aFalou tudo... a busca pelo equilíbrio nessa fase não é fácil!
Communication, PR, Media, Branding, Content, Digital
4 aSerenidade será o grande desafio.
Diretora na Sorridents
4 aEntendo que um dos grandes desafios dessa temporada “Pandemia Global” seja manter a sanidade mental, e dependemos dela para nossa retomada subsequente, então o exercício diário para equilibrar medo, angústia, incerteza vale qualquer esforço. Com essas pequenas atitudes evitaremos doenças psicológicas muitas vezes irreversíveis. Parabéns Orgulho master