O crescimento como opção estratégica
O crescimento de uma empresa pode ser uma opção estratégica deliberada pela sua direção. Mas esse desejo também pode ser uma armadilha. Algumas organizações colocam o crescimento como um metaobjetivo, sem necessariamente compreender os reflexos de suas decisões empíricas e muitas vezes equivocadas ou ainda mal embasadas. Uma empresa pode ser tentada para expandir seus negócios sem ainda ter consolidado os da base atual. Isso implica em investimentos sem retornos imediatos; com isso podendo comprometer o capital de giro.
Outras vezes, tentativas de mudanças na organização podem prejudicar o crescimento, como em decisões de alterações departamentais motivadas pelo sentimento dos gestores, sem a devida compreensão do ambiente de tarefa e suas repercussões no ambiente de mercado.
Quando se visa uma estratégia de crescimento, a disciplina é a base que mantém o caminho após escolhido o rumo (HBR, 2017, p. 75)¹. A disciplina na execução deveria ser norteada pela governança, que define as diretrizes necessárias, e dessas, as métricas e os controles macro da estratégia, o que permitirá avaliar periodicamente o curso da ação tomada.
O melhor caminho para o crescimento é sempre o suportado na geração de valor aos clientes. Entretanto, como definir a geração de valor é a questão. Nesse sentido, a clara definição do propósito organizacional deveria conter descrições de como a organização entregará benefícios aos seus clientes.
Tendo claras essas definições do negócio, as trilhas estratégicas daí decorrentes podem ser um bom começo para o controle estratégico do crescimento planejado de forma saudável para a organização.
¹Anand, N; Barsoux, J. L. O que ninguém acerta na gestão da mudança. Má execução é apenas uma parte do problema in Harvard Business Review Brasil. Dezembro de 2017.