O desafio complexo e corajoso de não deixar ninguém para trás
De forma inédita, o Governo do Estado do Piauí concluiu hoje seu projeto de concessão dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário. No leilão realizado, a Aegea Saneamento , o maior player privado do setor e único concorrente do certame, conquistou o contrato pioneiro, abrangendo cerca de 2,47 milhões de pessoas distribuídas em 224 municípios piauienses. A meta é que 99% da população tenha acesso à água potável até 2033, e 90% tenha atendimento de esgoto até 2040, com investimentos estimados superiores a R$8 bilhões ao longo de 35 anos.
Somente 3 municípios do Piauí ficaram fora do contrato licitado, incluindo a capital do estado, Teresina, que já é operada pela Aegea Saneamento ; o que provavelmente foi muito importante para o seu interesse no projeto, especialmente considerando que cerca de 72% dos municípios abrangidos possuem menos do que 10 mil habitantes.
Esse contrato representa um avanço sem precedentes no saneamento brasileiro, ao incorporar, pela primeira vez, as especificidades e desafios do saneamento rural de maneira abrangente no projeto licitado. No Piauí, há mais de 1 milhão de pessoas vivendo em áreas rurais, correspondendo a 45% dos habitantes do estado.
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Segundo as diretrizes do contrato licitado, as áreas rurais foram classificadas em duas categorias: “aglomerados rurais” e “zonas rurais dispersas”.
Nos aglomerados rurais, a AEGEA será responsável por expandir os serviços de água e esgoto de modo semelhante ao atendimento urbano, com metas de cobertura e prazos definidos. Já nas zonas rurais dispersas, a abordagem será diferenciada, com soluções técnicas adaptadas para áreas de baixa densidade populacional, sendo que os investimentos serão solicitados pela agência reguladora até o limite anual de R$ 30 milhões.
Apesar do grande potencial transformador e da competência empresarial da AEGEA, acredito que a empresa enfrentará desafios complexos na implementação do projeto, exigindo uma abordagem e um modelo mental distintos dos habituais. Por outro lado, a operadora privada tem uma excelente oportunidade de desenvolver um plano de ação para o saneamento rural que seja sistêmico e colaborativo, onde a população e as partes interessadas deixam de ser coadjuvantes e passam a desempenhar um papel relevante na implementação, manutenção e governança. Dessa forma, acredito que a AEGEA poderá alcançar maior êxito na transformação do saneamento do Piauí, unindo inovação, compromisso social, sustentabilidade financeira e soluções inovadoras para enfrentar os desafios que emergirão.
Investidor & Gestor de Negócios
1 mO recente projeto de concessão de saneamento no Piauí, que busca levar água e esgoto a milhões de pessoas em áreas urbanas e rurais, é um marco importante para a inclusão social e infraestrutura. Esse movimento reflete uma necessidade que conheço bem: quando fui Secretário de Agricultura de SP, implementei o Programa Cidadania no Campo, que visava equiparar os direitos e a qualidade de vida das populações rurais às das áreas urbanas, promovendo acesso a serviços essenciais. Projetos assim mostram que parcerias público-privadas e políticas integradas podem transformar realidades complexas e promover desenvolvimento sustentável.
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Conselheira - CCA IBGC | Startup Founder | Consultora
1 mÓtima notícia Daniela Pereira de Pinho