O desafio da gestão de compras / contratos para relações que fomentem a inovação / colaboração.

O desafio da gestão de compras / contratos para relações que fomentem a inovação / colaboração.

Sai inspirada de uma palestra, sobre “Cooperação, Sustentabilidade e Economia” na Firjan, e com a cabeça fervilhando de ideias e ideais. E tudo foi se confundindo.

Temos um mercado que diz que não quer ver os seus diplomas, mas sim suas competências. (*) Mas ao mesmo tempo, os requisitos das vagas, na sua maioria exigem um background tradicional e a forma clássica de avaliação e recrutamento começa por ai. 

Então, competências que tragam multidisciplinariedade, sinergia e engajamento de propósito com a empresa são avaliadas? Como? Fica ai a pergunta para os amigos de Gente, RH, head-hunters e afins. Um exemplo é o site da 99jobs onde o candidato faz um teste de perfil e o sistema faz um match entre os valores das empresas e do candidato, o que achei um caminho interessante.

Mas para não desviar do assunto, misturou tudo no balaio de gato da minha cabeça: colaboração, sustentabilidade, design thinking, perfil dos profissionais, etc.

Voltando à palestra, na minha porção inocente que acredita no mundo, sai feliz. Acreditando de fato que existe espaço para a colaboração. Mas depois fiquei pensando, na minha humilde cabecinha, como são as relações comerciais / contratuais entre esses parceiros da cadeia de valor / Suprimentos que mostram a colaboração como um ganho neste novo modelo de negócios.

Foram mostrados cases sensacionais que fez parecer que o mundo tem jeito. Uma Michelin que não vende pneus e sim a experiência de mobilidade, e apresentou o Modelo TK (**) onde lucra criando na cadeia uma forma de quantificar valor ao seu produto. A L’Oreal com projetos de sustentabilidade (***) da parte ambiental e também de inclusão social, inclusive no meu maltratado Rio de Janeiro.

Então, fiquei pensando como novo modelo de negócio está de fato transformando as relações comerciais em prol de colaboração sustentável.

Temos um movimento fortíssimo das empresas buscando inovação. Algumas estão descobrindo que não podem deixar as start-ups “livres e soltas” para inovar e tirar mercado delas, e acabam trazendo para dentro de casa.

Mas para esse movimento ser de fato uma mudança de modelo de negócio falta muito. Não se muda de uma hora para outra, e que ainda tem o capitalismo cruel comendo pelas beiradas, principalmente em tempos de escassez de recursos de todos os tipos. 

A mudança para negócios colaborativos e sustentáveis para toda a cadeia de valor tem seus “pulos do gato”, até por que gato tem sete vidas, e para mudar tem que se arriscar em pular um pouco.

  • As start-ups inovam por conta do propósito e do amor que se põe nelas, e não movidas por ordem financeira. Algumas dão certo porque geram valor e o lucro é consequência e não o start de tudo.
  • A colaboração tem que ser transparente, de peito aberto e de propósito comum.
  • A inovação tem a sua maior fonte de inspiração o ser humano. E é o “olho no olho” e a criação conjunta que motiva a geração de ideias.
  • A complementariedade vem da diversidade, mas conjugá-las num único propósito é um desafio onde egos não podem gritar alto. É necessário empatia e ouvir, sem ter vozes dominantes.
  • A resiliência para permitir o fracasso e aprender com ele faz parte do processo. E é preciso pausar (tempo de reflexão) sem julgamento para isso acontecer.

Agora, para e transfere tudo isso para uma relação comercial, um contrato. Desafio agora para o mundo de Compras ou Suprimentos. Ou será que não devia começar aí? Se a relação for de colaboração eu não posso ter poder de compra, tenho que ter poder de troca. 

No final, tudo misturado, talvez sem pé nem cabeça, mas com a legítima vontade de construir para minha filha um mundo melhor.

Será que conseguimos inovar por aí, pelas relações entre empresas mais colaborativas e sustentáveis? 

*Entrevista CEO do LinkedIn

** Michelin - Modelo TK

*** L’Oreal - Programa Sustentabilidade

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