O Desafio da Representatividade de Mulheres Negras nas Posições de Liderança e Conselhos de Administração
Josy Santos
Diretora Executiva Instituto Cória| Especialista em Inovação Social | ESG | Diversidade, Equidade e Inclusão| Investimento Social Privado
No dia do profissional da Administração, entre comemorações e conquistas, faz-se necessário abrir espaço para reflexões sobre o cenários voltado às mulheres negras desta profissão.
A falta de representatividade de mulheres negras em posições de liderança e conselhos de administração é um problema sério e multifacetado que tem implicações significativas para o desenvolvimento econômico sustentável, a diversidade e a inclusão. De acordo com dados, as mulheres negras representam cerca de 28% da população brasileira, mas apenas 1% da liderança sênior nas empresas. Esse desequilíbrio tem uma série de impactos prejudiciais:
Desigualdade Econômica e Concentração de Renda: A ausência de mulheres negras em cargos de liderança contribui para a perpetuação da desigualdade econômica. A concentração de poder e decisões nas mãos de um grupo homogêneo limita as oportunidades para diferentes perspectivas e abordagens. Isso pode resultar em políticas e práticas que beneficiam predominantemente uma parcela da população em detrimento de outras, agravando a desigualdade econômica.
Falta de Diversidade de Pensamento e Experiência: A diversidade de gênero e etnia traz uma variedade de perspectivas, experiências e ideias para o processo de tomada de decisões. Quando mulheres negras são excluídas das posições de liderança, as empresas e organizações podem perder a oportunidade de inovar, resolver problemas de maneira criativa e atender melhor às necessidades de uma sociedade diversificada.
Perpetuação de Estereótipos e Discriminação: A falta de representatividade também pode perpetuar estereótipos prejudiciais e discriminação sistêmica. A ausência de mulheres negras em cargos de liderança pode reforçar a ideia equivocada de que elas não têm as habilidades ou competências necessárias para assumir tais posições, o que é totalmente injusto e prejudicial.
Impacto na Diversidade no Setor Público: A falta de representatividade no setor privado pode influenciar a falta de diversidade no setor público, uma vez que líderes e tomadores de decisão do setor privado muitas vezes desempenham papéis-chave em órgãos reguladores e governamentais. Isso pode resultar em políticas públicas que não abordam adequadamente questões de equidade e inclusão.
Promoção de Ambientes de Trabalho Inclusivos: Para criar ambientes de trabalho verdadeiramente inclusivos, é essencial que as empresas promovam a diversidade em todos os níveis hierárquicos. A representatividade de mulheres negras em cargos de liderança não apenas é importante para a justiça social, mas também para criar organizações mais inclusivas, onde todas as vozes são valorizadas.
Além disso, estudos demonstram que mulheres em posições de liderança tendem a adotar estilos de liderança mais colaborativos e inclusivos, o que pode ser percebido pelos investidores como um indicativo de transparência e confiabilidade. Lideranças negras também se identificam mais facilmente com candidatos pretos e pardos, entendendo os desafios enfrentados por eles e valorizando suas vivências.
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Portanto, a falta de representatividade de mulheres negras em cargos de liderança e conselhos de administração é um desafio que afeta não apenas a igualdade de oportunidades, mas também a capacidade de construir uma sociedade mais justa, diversa e economicamente sustentável.
É crucial que empresas, organizações e políticas públicas trabalhem ativamente para eliminar essas disparidades e promover a inclusão plena de todas as vozes em todos os níveis da tomada de decisões.
Do meu lugar de liderança e influência trabalho em prol de promover tanto os princípios da profissão, quanto em promover ambientes mais diversos e inclusivos para todas as pessoas, em específico para minhas pares.
Porém para mudanças estruturais e mais efetivas sinto que em conjunto com o Conselho Federal de Administração e IBGC - Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e o meu conselho representativo CRA-ES | Conselho Regional de Administração do Espírito Santo podemos avançar nessa pauta e promovermos transformações em termos de representatividade e proporcionalidade das nossas lideranças.
Um excelente dia para reafirmarmos o nosso juramento “Prometo DIGNIFICAR minha profissão, consciente de minhas responsabilidades legais, observar o código de ética, objetivando o aperfeiçoamento da ciência da administração, o desenvolvimento das instituições e a grandeza do homem e da pátria”.
Fontes para aprofundamento:
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