O DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS NA INDÚSTRIA 4.0 - PARTE II
Cada vez mais, as pessoas estão parecidas com máquinas e as máquinas parecidas com pessoas.

O DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS NA INDÚSTRIA 4.0 - PARTE II

O NOVO MERCADO DE TRABALHO

Os números são bem desafiadores. 65% das crianças que estão na escola hoje irão trabalhar em profissões que ainda não foram inventadas. Uma pesquisa da McKinsey sugere que nessas duas décadas as novas tecnologias irão substituir 45% dos postos de trabalho que hoje são assumidos por pessoas. Um outro estudo sugere que esse número suba para 75% até o final do século.

Se você quiser saber qual o risco da de uma profissão deixar de existir, acesse o site willrobotstakemyjob.com e faça uma pesquisa, ele vai te mostrar a probabilidade dela ser automatizada.

No exemplo ao lado, podemos ver que o risco de automação para os motoristas (incluindo os taxistas) é de 89% devido à crescente onda de carros autônomos e outras tecnologias.

O resultado é extraído a partir de uma base de dados obtida de um trabalho científico realizado por pesquisadores da universidade de Oxford.

Num primeiro momento, esse banimento dos humanos do mercado de trabalho gera muita preocupação. Tomando a coisa ao pé da letra, dá para visualizar um cenário com hordas de pessoas desempregadas vagando em um solo inóspito controlado por máquinas insensíveis.

Apagar a chama de Prometeu seria algo difícil de encarar, não só para os desempregados e as pessoas ao seu redor, mas para a humanidade como um todo. Certamente não teríamos uma estrutura econômica, social e cultural para sustentar a perda desse lastro de identidade, de significado e de propósito que o trabalho nos assegura.

Mas, o que podemos fazer diante dessa nova realidade?

Uma antiga ideia, resgatada por Bill Gates, sugere que os robôs também paguem impostos para custear a vida das pessoas que ele tirou o emprego. Mas nós podemos ir além, muito além.


SIMBIOSE

Conforme proposto pela influenciadora Heather McGowan, atualmente podemos identificar três formas de inserção das tecnologias no mercado de trabalho:

Atomização - a atomização diz respeito à introdução de novas tecnologias na cadeia produtiva causando a desagregação de empregos, até então seguros e com benefícios, e dando lugar a trabalhos que podem ser realizados de forma ágil, em qualquer lugar do mundo com custos muito baixos. Exemplos são o Uber o e Fiverr. Quando se fala atomização pensamos em pessoas realizando trabalhos informais, pouco qualificados, com risco pessoal e mal remunerados. O famoso sub emprego que vemos aumentar a cada dia e que inclui as atividades mediadas por aplicativos.

Automação - é quando o trabalho humano é substituído por máquinas. Apesar de já termos vivenciado isso no chão de fábrica, devemos começar a dar mais atenção aos robôs virtuais que estão entrando com tudo na automação de serviços. Já na automação imaginamos as pessoas que irão perder o emprego pois serão substituídas por algum sistema/máquina que irá fazer o que elas faziam, só que melhor, mais rápido e mais barato.

Aumentação - é quando ocorre a integração simbiótica de pessoas e sistemas inteligentes. Exemplos são as mais recentes missões tripuladas da NASA e as fantásticas aplicações do Watson da IBM. Ao contrário da automação que “subtrai” das pessoas as tarefas que elas desempenham no trabalho, a aumentação começa a partir de onde as pessoas se encontram hoje para buscar possibilidades de ampliar suas atividades ao invés de reduzi-las. Isso pode nos impulsionar à execução de tarefas superiores, mais sofisticadas, mais gratificantes e mais alinhadas ao que temos de melhor enquanto pessoas.

A aumentação transforma os sistemas artificiais em parceiros na execução dos nossos trabalhos. cujo resultado pode aumentar a produtividade, elevar ganhos e estimular a demanda por trabalho qualificado, podendo gerar inúmeros ciclos virtuosos para a erradicação da pobreza e da desigualdade.

Se der certo, teremos como resultado um forte incentivo para a expansão do ser humano e uma forma de potencializar as nossas capacidades individuais e em grupo. E quem sabe, ressignificando as pessoas no novo contexto histórico e deflagrando um novo Humanismo em escala planetária.

« PARTE I


David Corredato

Gestão Estratégica | Marketing | Vendas

6 a

Sensacional parabéns pelo artigos

Stéfano Carnevalli

Data Storyteller | Executivo de Dados e Analytics | Professor | Consultor e Autor | Comunicando Dados em Histórias Relevantes. T-shaped professional.

6 a

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