O desligamento das redes 2G: o que você precisa saber

O desligamento das redes 2G: o que você precisa saber

Nos últimos anos, a tecnologia de telefonia móvel avançou rapidamente e novas gerações de redes foram lançadas. No entanto, no Brasil e em muitas partes do mundo, ainda existem torres de transmissão que utilizam a tecnologia 2G (GSM) para oferecer serviços de voz e dados aos usuários. Embora essa tecnologia tenha sido revolucionária na época do seu lançamento, há mais de 20 anos, hoje em dia ela se tornou obsoleta e vem gradativamente sendo substituída por tecnologias mais modernas, como o 4G e o 5G. Por essa razão, o desligamento das torres 2G  traz grandes dúvidas para quem atua com equipamentos que ainda fazem uso exclusivamente dessa tecnologia.


Porque as redes 2G estão sendo desligadas?

As operadoras de celular têm sido questionadas sobre a decisão de descontinuar as tecnologias 2G e 3G, mesmo que elas ainda funcionem bem para a maioria dos aplicativos IoT. No entanto, a resposta para essa questão se resume a oferta e demanda.


Embora as redes 2G e 3G tenham sido atualizadas para aumentar sua vida útil e melhorar a infraestrutura, cada operadora tem um alcance limitado de frequências de rádio que podem ser dedicadas a suas redes. Além disso, a demanda por tecnologias mais avançadas, como 4G, 5G, LTE-M e NB-IoT, tem aumentado significativamente nos últimos anos, o que justifica o investimento nessas novas tecnologias em detrimento das antigas. As tecnologias celulares mais recentes podem utilizar as mesmas bandas de frequência das redes 2G e 3G para fornecer melhor desempenho e funcionalidades mais valiosas.


No Brasil, as operadoras de telefonia móvel têm previsões diferentes para o desligamento das redes 2G e 3G. Segundo o cronograma global, a Claro é a mais otimista, com planos de fechar a rede 2G em 2024 e a rede 3G em 2026.  Enquanto isso, Vivo e TIM estão trabalhando juntas para compartilhar suas redes GSM, mas ainda consideram o desligamento das redes 2G e 3G como uma decisão estratégica.


Avalie sua operação IoT e conheça seus dispositivos

Antes de realizar a transição para tecnologias mais recentes, é importante avaliar seus dispositivos IoT atuais. Alguns dispositivos podem depender exclusivamente das conexões 2G ou 3G, enquanto outros utilizam essas tecnologias como substitutas quando outras opções não estão disponíveis. Nesse sentido, é necessário fazer um inventário de todos os dispositivos que dependem dessas tecnologias, identificar quais clientes e implementações precisarão fazer a transição e quais operadoras são utilizadas por seus dispositivos.


Dependendo da situação, pode ser possível realizar a mudança para uma tecnologia mais recente que seja compatível com seus dispositivos, ou desativar a funcionalidade que busca as redes 2G e 3G.


Algumas operadoras vão continuar a oferecer suporte a esses serviços por um tempo, enquanto outras abrem a transição imediatamente e encerram todo o serviço em uma data específica. Além disso, algumas operadoras reduzirão gradualmente o serviço 2G/3G à medida que convertem o espectro de RF (radiofrequência) disponível para outros serviços. É importante aprender o máximo possível sobre como as operadoras das quais sua empresa depende estão lidando com a transição.


Devo trocar os meus rastreadores 2G?

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) defende a manutenção do funcionamento da rede 2G para dar suporte a dispositivos específicos da Internet das Coisas, como terminais M2M encontrados em máquinas de cartões de crédito, rastreadores de veículos e sensores diversos. Isso se deve ao fato de que atualizar toda uma infraestrutura funcional para tecnologias mais avançadas seria muito mais caro para as empresas e, inevitavelmente, resultaria em custos mais altos para o consumidor. Manter o 2G funcionando é uma solução mais simples e eficiente.


A mudança é gradativa, então os fabricantes de rastreadores aos poucos estão investindo mais em aparelhos com tecnologia 4G e 5G que por hora tem custo muito elevado.


Os rastreadores veiculares, estão sendo aprimorados para oferecer o melhor desempenho e evitar ao máximo as áreas de sombra que é uma realidade inclusive para equipamentos que tem todas as bandas e mesmo assim ainda podem enfrentar desconexão devido a áreas de sombra.


Na prática, o desligamento das torres 2G não ocorre de forma tão simples e rápida como muitos imaginam. Muitas regiões ainda necessitam delas já que ainda não possuem a cobertura de rede 3G, 4G e 5G e vários equipamentos não operam nos padrões mais recentes, como maquininhas de cartão e rastreadores veiculares. Por isso, nesse momento é importante se manter atualizado sobre como as operadoras das quais sua empresa depende estão fazendo essa mudança.

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