O dilema da exigência de experiência para vagas iniciais
Alô amigos do marketing, tecnologia e inovação, nós temos que conversar sobre isso aqui!
Quantas vezes nos deparamos com vagas de trabalho iniciais onde descrevem como requisito básico para a contratação: experiência na área por XX meses e/ou anos.
Cada dia mais, novos talentos entram para o mercado de trabalho ao mesmo tempo que a taxa de desemprego aumenta.
Inclusive, o cenário atual durante a pandemia é de que chegaremos a um pico de 16,9% de desemprego neste primeiro semestre, segundo dados do Satander.
Isso significa que mais de 13,4 milhões de pessoas no Brasil estarão em busca de uma primeira oportunidade de emprego e até a recolocação em uma nova área.
É um número chocante e com ele voltamos a um problema já conhecido: profissionais experientes que aceitam vagas iniciais para se manter no mercado.
Não vou entrar no mérito de discutir os prós e contras desta situação, mas sim refletir e avaliar o impacto que a exigência de experiência em cargos iniciais têm nos processos seletivos.
E que papel os testes técnicos podem ter para ajudar na captação de novos talentos.
Vamos lá então?
Por que a experiência técnica é exigida?
Conhecendo o básico da área de gestão de pessoas, entendo que esta é uma das formas de otimizar o processo de captação de talentos, uma vez que contratar a pessoa errada pode trazer altos custos para uma empresa (monetário, de tempo e esforços).
E saiba que contratar um candidato errado é mais comum do que se imagina. Se liga nesses dados divulgados pela Gupy:
- 9 entre 10 gestores brasileiros já contrataram funcionários que não corresponderam às expectativas;
- O Brasil ocupa a 2ª posição no ranking de piores contratações, segundo pesquisa da CareerBuilder;
- Custos de 3x a 15x na demissão de uma má contratação se comparado com o salário.
Obviamente, há uma série de requisitos a serem levados em conta durante uma contratação e até os RHs mais experientes podem cometer erros durante este processo.
E uma das formas de garantir uma maior assertividade é ter como requisito eliminatório tempo de experiência técnica na área.
Mas até onde a experiência deve interferir na escolha?
Uma pessoa com mais experiência acaba sendo mais segura do que uma pessoa iniciante, além de ter vivido e aprendido na prática o que pode ou não dar certo.
E isto cria uma vantagem muito forte, uma vez que acabarão sendo escolhido para vagas aqueles que se apresentarem melhor preparados para atuar naquela função. E até proporciona uma munição para negociar valores e valorizar a remuneração.
Mas convenhamos: não necessariamente quem tem mais experiência está mais apto para atuar nesta vaga.
Apesar de facilitar na escolha, eliminar um candidato por conta da falta de experiência pode atrapalhar seu processo de captação de talentos, principalmente para vagas iniciais, como assistente ou analista.
Estes são cargos mais operacionais e extremamente técnicos, onde a experiência surge com a atuação diária e com as situações do dia a dia. Então, qual a lógica de escolher alguém com mais de 3 anos naquele tema para atuar aqui?
Acredito fielmente que estas vagas devem ser direcionadas a candidatos que estejam no início de sua carreira na área específica. Para quem ainda não tem uma experiência sólida, mas que tem vontade, foco e sangue no olho para aplicar o que está aprendendo.
É somente no campo de batalha que a experiência surge. Mas como ter experiência se não dão oportunidades para quem está começando?
Por que não direcionar as vagas juniores aos recém-formados e àqueles que já estão no mercado de trabalho há algum tempo, mas que também procuram um novo emprego?
Como avaliar de forma humanizada as capacidades deste candidato?
Cada vez mais, temos vagas multidisciplinares, que pedem bem mais do que somente uma área de conhecimento. Dependem de uma busca constante pela inovação, por novas informações e pela inquietação do conhecido.
E é por isso que acredito no poder dos testes técnicos como uma oportunidade de avaliar um candidato júnior.
E que interessante é isto! Qual a melhor forma de entender se um candidato tem capacidade além de ter um teste técnico e específico, onde ele terá a oportunidade de demonstrar seu conhecimento e criatividade em uma aplicação simulada, bem parecida com a realidade?
Sinceramente, sendo candidata, ainda não encontrei nada melhor além desta.
Também acredito que os candidatos possam ser avaliados a partir de alguma situação onde ele aplicou ou desenvolveu alguma das habilidades solicitadas na vaga.
Processos de avaliação como os citados anteriormente proporcionam uma maior humanização para o processo, onde sua empresa pode atrair talentos que tenham aderência a sua cultura, valores e princípios.
E, claro, reduzem drasticamente a chance de contratar de fazer uma contratação errada.
Acredito ser importante ressaltar que esta lógica vale sobretudo para democratizar o acesso a vagas iniciais para quem ainda não tem experiência.
Quando falamos de vagas sênior (coordenação, gerência, diretoria, etc) a experiência tem um alto valor de desempate, mas não pode ser o principal.
Ter experiência é bem visto por economizar tempo e dinheiro com treinamentos, além de possibilitar que o funcionário já entre na empresa apresentando os resultados esperados dele.
Como as empresas enxergam?
Enfim, acredito que o futuro está em processos de recrutamento mais humanizados e democráticos, principalmente para vagas iniciais. Vejo que muitas empresas já adotam este pensamento e estão dando oportunidades para quem está começando.
Porém, ainda há muitas empresas que têm uma visão mais tradicionalista dos processos. Algumas não querem abrir mão de requisitos ultrapassados e que já não refletem o mercado de trabalho atualmente. Só saberemos se esta é uma escolha inteligente com o tempo.
E há aquelas que não sabem por onde começar a otimizar e deixar seus processos mais inteligentes. Se for o caso, recomendo utilizar softwares de Recrutamento e Seleção que te ajudarão a encontrar e admitir os melhores talentos para a sua empresa.
Entre eles, já utilizei os 3 abaixo como candidata e tive boas experiências com as empresas:
E concluo aqui esta reflexão tão importante para os dias de hoje:
Para quem está com vagas abertas, esteja realmente aberto em dar oportunidades para talentos que tenham aderência com sua empresa.
Para quem está procurando oportunidades, desejo que não desistam com os primeiros “não” que receber e continuem estudando e se dedicando. Ah, e se precisar a DM estará sempre aberta! =)
Até a próxima.