O Dress Code de trabalho no novo milênio

O Dress Code de trabalho no novo milênio

A forma como nos vestimos reflete o tempo em que vivemos. Estamos em um momento de transições em diversos setores. Gerações que nasceram sob o domínio da internet já estão economicamente ativas. Limitações culturais de gênero e idade estão caindo. Por isso, recentemente, muitas empresas passaram a definir seus códigos de vestir (dress codes) de forma clara e personalizada. Isto porque, o código de vestimenta ajuda profissionais e clientes a saber em que terreno estão pisando. Também amplia a produtividade e o engajamento em negociações, segundo pesquisadores de Yale.

Elementos visuais tradicionais continuam existindo, pois ainda transmitem com eficácia mensagens muito úteis no ambiente corporativo. Médicos, por exemplo, passaram a adotar a gravata no consultório. Mas, eles dão espaço a novas abordagens. As companhias estão adotando códigos visuais adequados aos tempos de hoje. A rede de cafeterias Starbucks ampliou os padrões de vestimentas dos funcionários, permitindo cabelo colorido, por exemplo, divulgando recentemente um manual de estilo. A série Billions retrata uma startup do mercado financeiro e seus executivos: são superelegantes, mas dispensam o terno e a gravata. Em julho de 2017, o banco de investimentos norte-americano Goldman Sachs divulgou que os profissionais das áreas de engenharia e tecnologia da informação podem usar roupas casuais todos os dias da semana. Entretanto, a vestimenta formal ainda é exigida para os funcionários da áreas de negócios, incluindo a proibição de bermudas e camisetas.

Pesquisadores da Harvard Business School realizaram um estudo, em 2013, para descobrir como o comportamento não-conformista influencia as opiniões das pessoas. O estudo foi intitulado "The Red Sneaker Effect". Eles concluíram: status e competência são mais atribuídos ao comportamento não-conformista do que ao comportamento conformista. Ou seja, em algumas circunstâncias, pensamos que pessoas com aparência extraordinária ou comportamento excêntrico são mais competentes e bem-sucedidas. Portanto, o executivo tradicionalmente vestido de terno e gravata, mas usando uma meia colorida, pode transmitir uma imagem de status elevado. O estilo pessoal ganha força.

Flexibilizar não quer dizer deixar de ter atenção à imagem profissional ou não alinhá-la aos objetivos do negócio em que se trabalha. O que estamos vendo é que existem novos códigos visuais: a sociedade faz hoje uma leitura diferente do que é um profissional competente, atualizado e elegante.

Cristiane Lacerda Mutri

Diretora Executiva de Gente, Cultura e Responsabilidade Social na Ypê

7 a

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