O duelo dos Marks
De tempos em tempos aparecem por ai redes sociais alternativas ao mainstream como Ello e ASmallWorld. Mas poucas conseguem romper as barreiras geográficas e continuar fiéis à sua proposta. O WhatsApp sucumbiu. Instagram também. E o que temos hoje? Talvez apenas um cambaleante Snapchat.
Mas em meio ao burburinho da saída da Folha De São Paulo do Facebook acho que vale a pena mencionar a pouco conhecida por aqui MeWe - que está disponível em Português desde 2016 - com a promessa de não ter anuncio segmentado e de não rastrear dados.
Seu criador, Mark Weinstein, é um especialista em privacidade cybernética, critico feroz do uso de dados pelo Google e Facebook, e conhecido nos EUA por ter integrado o National Strategy for Trusted Identities in Cyberspace (NSTIC) - comitê ligado diretamente à Casa Branca com objetivo de melhorar a privacidade e segurança na internet, em parceria com setor privado, terceiro setor, governos e outras organizações.
No Twitter, faz propaganda de que sua rede social não contém manipulação de linha do tempo, fake news, anúncios, reconhecimento facial e truques, mostrando que a rede social aposta na falência da credibilidade do Facebook e na insatisfação dos usuários diante destes problemas.
No fim do ano passado surgiram rumores de que o MeWe seria comprado pelo Facebook e a resposta foi dura:
...não está em nossos planos ser adquirida por uma empresa com valores completamente diferentes dos nosso. Isso é um absurdo! #Not4Sale
Como se sustenta?
O app lucra com formatos pagos de utilização. Para uso gratuito, o MeWe disponibiliza compartilhamento de fotos, vídeos, documentos, chats, discussões e mensagens de voz, além de armazenamento de dados.
A versão paga, que custa R$ 3,19 por mês ou R$ 19,99 por ano, inclui chat privado com criptografia ponta a ponta, até 500 GB de armazenamento de dados, download de aplicativos de grupos privados da MeWe App Store; imprimir fotos etc.
Para refletir
Weinstein é declaradamente de esquerda e escreve para o The Huffington Post, ligado à Goerge Soros, e todos sabemos o quão eficiente é uma campanha quando baseada em uma alegação de libertação do sistema, no caso, o Facebook.
Provavelmente por isso o MeWe já está na casa dos 2 Milhões de usuários, mas ainda precisa de mercados importantes como China e Índia para incomodar. Mas se efetivamente ocorrer e houver uma migração do Facebook para lá, Weinstein não vai sucumbir às grandes industrias, abrir para outras formas de comercialização, mas empacotar com uma cara "do bem"? We will see...