O "Efeito Facada"

Atentado contra Bolsonaro causa comoção pró-eleitoral em maioria das esferas.

*Valentim Cardozo

A pesquisa publicada pelo IBOPE, no último dia 11.09 (a primeira realizada pelo Instituto, após o atentado ao presidenciável Jair Bolsonaro - PSL), aponta o considerável crescimento do ex-capitão do exército em quatro pontos percentuais em comparação a ultima publicação, realizada no dia 04.09. O deputado carioca agora lidera à corrida ao Palácio do Planalto com 26% das intenções de voto, sobrepondo 15 pontos de vantagens sobre o segundo colocado, o pedetista Ciro Gomes, que caiu um ponto em relação a última estatística e agora soma 11% da preferência dos eleitores.

Na luta direta com o ex-governador do Ceará aparecem consequentemente Marina Silva - REDE e Geraldo Alckmin, ambos pontualmente empatados com 9% dos eleitores pesquisados. Finalizando o escalão da frente, vem Fernando Haddad, que cresceu consideravelmente cinco pontos e agora soma 8%, após ter sua candidatura registrada pelo Partido dos Trabalhadores, como cabeça de chapa (os petistas não podem contar com Lula, preso por corrupção, no prédio da Polícia Federal, em Curitiba/PR).

Esses números representam bem o resultado do "Efeito Facada" no Eleitorado Brasileiro. Fato considerado ponto fora da curva na ocorrida presidencial, que coloca um potencial candidato como "vítima" e influência (muito) uma sociedade carente de esperanças, como a Tupiniquim. Além dos números de crescimento perante as intenções de voto, Bolsonaro também teve uma queda no seu índice de rejeição, segundo o próprio IBOPE, passando de 44 para 41% . Ciro, Marina e Alckmin também tiveram oscilações positivas perante a rejeição do eleitorado, no entanto, dentro da margem de erro. Nesse quesito, apenas Haddad manteve seus números, com 23%.

Essas estimativas colocam o militar em situação de igualdade técnica em simulações de Segundo Turno contra todos os seus oponentes, algo que não ocorreu até o presente momento e que computava a derrota de Jair no Turno final, independente da concorrência.

A queda na rejeição de Bolsonaro ficou nítida em dois quadros: o primeiro foi na pesquisa realizado pelo Instituto, onde foi levado em consideração o índice de escolaridade dos eleitores perante os candidatos.

ESCOLARIDADE

Dentre os menos letrados (até o 4°ano do ensino Fundamental) Bolsonaro subiu 8 pontos, pulando para 19% das intenções de votos desse tipo de eleitor. Além dele, apenas Haddad teve avaliação positiva nesse quesito, subindo dois pontos percentuais (de 4 para 6%).

O mesmo quadro também se mantém para a população que dispõe da 5° a 8° séries do Ensino Fundamental. Já junto aos eleitores que desfrutam do Ensino Médio, o tucano Alckmin também mostrou melhorias, assim como o militar e o petista.

Já no eleitorado com nível Superior, o candidato do PSL manteve o índice de 29%, Haddad e Ciro tiveram crescimento e estão com 9 e 12%, respectivamente. Marina manteve os 8 pontos e Alckmin foi o único candidato que caiu perante esse eleitorado, passando de 7 para 6 pontos percentuais.

REGIÕES BRASILEIRAS

Já o segundo fator é quando a relevância da pesquisa aponta as regiões brasileiras, onde a maior surpresa foi a subida de Bolsonaro no Sul do Brasil. Ele passou de 23 para 37%. Na mesma Região, Ciro e Marina tiveram queda de eleitorado, enquanto Alckmin manteve os 8 pontos da pesquisa anterior.

Somadas as intenções de voto nas regiões Norte e Centro-Oeste, Bolsonaro subiu de 16 para 21% e Ciro de 10 para 13. Haddad passou de 3 para 6% e Marina oscilou de 14 para 9 pontos percentuais.

Quadro inverso no Nordeste

Reduto de Lula e de Ciro, o Nordeste é a única região onde Bolsonaro não aparece liderando as pesquisas de intenções de votos. Ciro lidera com 18%, dois pontos a menos que na pesquisa anterior, seguido por Haddad que passou de 8 para 13% (o que já pode ser considerado como o início da esperada migração dos votos de Lula, para seu pupilo petista). Bolsonaro é apenas o terceiro colocado com 12%, seguido de Marina, com 11 pontos percentuais.









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