O efeito vaselina na gestão e liderança
Não há escola como a vida e não há dias como aqueles em que arrumamos os cadernos e revemos a matéria dada.
Que lições podemos tirar da nossa experiência? Que nunca é tarde para mudar. Que o trabalho sério sempre compensa. Que às vezes é preciso saber perder para ganhar e que o importante é andar para a frente e aprender com os erros para não voltar a errar.
Eu próprio já cai tantas vezes, mas também já me levantei outras tantas. Mas uma coisa é certa: os erros são a razão do meu sucesso hoje em dia. Apesar de muitas vezes ter saído magoado, a verdade é que ainda continuo a acreditar no valor das pessoas e que os negócios devem seguir a lógica win-win.
É óbvio que ninguém gosta de falhar, mas o que parece impossível deixa de o ser - pelo menos teoricamente – quando nos lançamos num negócio. Deve-se estar preparado para tudo para depois se ser surpreendido pelo melhor. Esta é, para mim, a regra mais sensata a seguir na atual conjuntura empresarial.
Por isso, recomendo frequentemente aos empreendedores que comprem uma bisnaga de vaselina. E sabem porquê?
Quando começamos um negócio, independentemente de ser com amigos ou não, há sempre boas intenções. Ninguém entra num negócio a pensar que as coisas vão correr mal, mas sim porque acreditamos, queremos melhorar, construir algo para o futuro … as razões são sempre positivas e as expetativas também.
Mas os resultados, esses, podem variar. Às vezes, conseguimos chegar à nossa visão, ao que tínhamos inicialmente delineado ou até conseguimos ultrapassar as nossas previsões.
No entanto, também podemos ter o reverso da medalha e as coisas não correrem bem pelas mais variadas razões, que podem não estar necessariamente relacionadas com as pessoas que estão à frente dos negócios.
As razões para o insucesso podem ser outras – ora porque estamos demasiado à frente, antes do tempo, ora porque a concorrência presta um melhor serviço… há várias razões que acontecem e que ditam o fim de um projeto. E é precisamente nestas situações que não devemos desanimar e desistir. O mais importante é seguir em frente, arriscar e tentar novamente.
Aprendemos mais com as más experiências do que com as boas e é das primeiras que devemos retirar importantes lições para a nossa vida. Em situação alguma devemos deixar que o nosso coração fique magoado.
Não nego que o facto de termos tentado de tudo e de alguém ter deixado a bola cair e não ter tido a mesma visão que nós nos possa perturbar! Mas não vale a pena apontar dedos, há que afastar os pensamentos mais negativos e continuar o caminho!
É precisamente nestas situações que uso a analogia com a vaselina. Para não doer tanto, para não sentirmos a “dor” temos de recorrer à vaselina. Aconteceu, não correu bem e temos de andar para a frente.
Se, na primeira vez, correu mal, também não podemos pensar que vai correr mal novamente até porque a possibilidade de termos sucesso será maior. Estamos mais experientes!
É com a experiência que aprendemos a corrigir os nossos erros! O erro pode ser utilizado como uma nova estratégia para aproximar a teoria e a prática, para passar de um enfoque de resultados para um de processos e de uma pedagogia do êxito para uma 'didática do erro'.
Quase todos os empreendedores de êxito admitem que erraram inúmeras vezes, ainda antes de conseguirem alcançar o sucesso. O ciclo de tentativa e erro é natural no mundo do empreendedorismo, mas é a forma como lidamos como os erros que define o futuro da empresa ou projeto e que nos ajuda a ser melhores empreendedores e seres humanos.
É sabido que cada caso é um caso, mas há que está preparado para todos os cenários – positivos ou negativos. Por isso, recomendo: nunca deitem fora a bisnaga de vaselina.
Os empreendedores que têm mais sucesso são aqueles que não olham para trás e que até os “inimigos” conseguem perdoar - o passado é o passado e é no futuro que pensam.
Com os erros que aprenderam, com os contactos que ganharam, com o networking que fizeram e com a equipa com a qual trabalharam têm todos os ingredientes para uma receita de sucesso!
Nestas alturas, deve-se procurar energia e ânimo, deixar-se contagiar por pessoas positivas e aprender com os vencedores que, mais do que criarem empresas ou promoverem projetos, fazem acontecer.
E agora, ainda continua a querer ser um empreendedor de sucesso? Se sim, é porque tem força e determinação para aprender e vencer nesta escola da vida!
Camera Operator in Audiovisual - Reporter de imagem na TVI
6 aVaselina é um termo mais do que certeiro… pois as vezes temos que usar para a "dor" ser bem menor! Pois as vezes somos…... por aqueles que consideramos "amigos" e afinal não passam de uns pobres coitados cheios de vontade de roubar aquele que lhes deitou a mão em certa altura da vida! Mas temos que ser fortes! Passado é passado e é no futuro que devemos pensar, como diz Tim Vieira.