O Ensino Médio e a formação Integral

Como fomentar a formação de sujeitos críticos, autônomos, responsáveis e éticos?

Esse é o grande desafio da escola, em especial no contexto do Ensino Médio, quando os alunos se preparam para o Mundo fora da Escola, digo Ensino Superior, Mercado de Trabalho, continuidade dos estudos em outros países, entre outros contextos.

Eu particularmente acredito que a proposta pedagógica deve contemplar sempre as esferas de formação acadêmica, pessoal e social, e de forma interligada aliar o desenvolvimento dos “conteúdos” ao autoconhecimento e ao exercício social. 

Como isso é possível?

Através da promoção de Situações de Aprendizagem bem articuladas e construídas onde o aluno é desafiado a mobilizar vários conhecimentos construídos na dimensão acadêmica, para resolver uma situação problema.

Se esta situação problema estiver relacionada aos problemas do cotidiano melhor ainda. E se conseguirmos estabelecer a relação dessa problemática local com contextos mundiais, ou com a Agenda 2030, já pensou no salto de desenvolvimento de habilidade de entendimento de Mundo que o aluno pode ter?

Ok Joanna, mas se esta estratégia é tão boa, por que não é explorada com maior frequência?

Porque é preciso estar preparado para o depois...Essa estratégia fomenta a reflexão, o questionamento, a postura de não “aceitar” informações prontas.

Um baita desconforto para o professor que ainda “dá aula” de cátedra, se considera dono do conhecimento e responde aos questionamentos com as famosas réplicas do “porque sim”, “porque vai cair na prova”, “porque está no conteúdo programático”...

Nesses meus dez anos atuando na coordenação pedagógica tenho tido a oportunidade de trabalhar com equipes fantásticas e busco sempre estimulá-los à tais práticas. Tenho observado que sempre que os professores se permitem, se desafiam e acabam percebendo como é relativamente simples promover a aprendizagem significativa e como ela beneficia os alunos.

O desafio do gestor neste contexto é estar junto com o professor nessa transposição didática, encorajando-o, estimulando constantemente à nova prática; e em especial acolhendo-o nos desconfortos que a desconstrução de paradigmas e construção de novas práticas sempre apresenta.