O essencial é invisível aos olhos

No dia 23 de Abril, é comemorado mundialmente o dia do livro. Esta data foi escolhida pela UNESCO em 1995 em tributo aos escritores Miguel de Cervantes (Espanha), Inca Garcilaso de la Vega (Peru) e William Shakespeare (Inglaterra), que morreram coincidentemente no dia 23 de abril de 1616.

Procurei uma obra para celebrar essa data em minhas lembranças. Vários livros vieram a minha mente mas tem um que se destaca e perdura no tempo, me acompanhando desde a infância e logo mais apresentarei a vocês.

Minha influência e inspiração para a leitura veio da minha mãe. Ela sempre tinha um ou mais livros em sua cabeceira e me contava as aventuras e estórias que ela lia. Isso me fascinava e queria viver aquilo também.

Em meio aos livros de casa, a enciclopédia Conhecer era presente na estante. Tinha o hábito de pegar um fascículo aleatório e folhear, viajando ora para o frio das montanhas geladas do Alasca ora descobrindo como era por dentro das Naus que viajam da Europa para a América. 

Era bacana essa atividade por que eu tentava adivinhar qual seria o tema que a sorte me levaria ao abrir os livros. Claro que nunca acertava!

Com isso adquiri o hábito de ler logo cedo e nunca mais parei. A literatura é a única arte que é capaz de nos colocar dentro da história e de viver o que o autor descreve pelas palavras.

Você não é somente um ente passivo na relação com a obra mas sim o PROTAGONISTA. A responsabilidade de trazer os personagens para a vida é SUA.

Ao "decifrar" o livro, formamos uma série de imagens e sensações em nossos pensamentos em combinação com nossas experiências passadas e momento de vida presente, que é único para cada pessoa. Essa capacidade de captarmos as sensações e formarmos as imagens de pensamento é chamada por Platão de Paixões da Alma.

"Crianças ! Cuidado com os baobás!" e "É preciso suportar duas ou três larvas para conhecer as borboletas" são citações carregadas de significados quando a leitura dessa obra não é feita com o intelecto somente.

O Pequeno Príncipe de Antoine Saint-Exupéry nos reconecta com nossa criança interior e nos traz uma reflexão de que devemos levar uma vida mais leve e serena. O diálogo com a raposa nos lembra como são criadas as relações: com paciência e rituais.

Ela explica o que é e como cativar o próximo e, uma vez feito, você se torna eternamente responsável por aquilo que cativou. Após o príncipe cativar a raposa, ela promete revelar um segredo a ele.

Quando li a primeira vez, fiquei com vontade de não me tornar adulto mas logo fui entender que não era bem assim. Os adultos fazem coisas legais e acumulamos as fases da vida dentro de nós. Somos todos crianças, adolescentes, jovens e adultos ao mesmo tempo. Foi nesse livro que aprendi isso e procuro passar isso aos meus filhos.

O desafio é que somos afogados pelas responsabilidades da rotina e esquecemos disso, perdendo boa parte da essência da vida que, segundo o autor, é invisível aos olhos. E esse foi o segredo revelado pela raposa ao príncipe, completando com: "Só se vê bem com o coração!"

E qual foi o livro que mais impactou sua vida? O meu você já sabe! Comente aqui !

Feliz Dia do Livro!