O estranho caso de gente que quer entregar menos e ganhar mais

O estranho caso de gente que quer entregar menos e ganhar mais

Como não pude contar com muita gente na adolescência, eu desenvolvi a habilidade de fazer muitas coisas sozinho. De aprender algo rápido, de criar plano B,C,D e de realizar muitas coisas quando muitos não queriam fazer a sua parte.

Hoje fico sempre muito reflexivo e angustiado quando me relaciono ou contrato um profissional "especialista num assunto" que sabe e entrega menos do que é esperado em seu nível de atuação. Aquele fenômeno nas organizações de "baixar a régua" na contratação de profissionais abriu a porta para um monte de profissionais medianos, que se contentam em entregar 65% a 70% de suas promessas ou metas. E que querem dinheiro ou vantagens a mais quando você exige uma expetativa de performance de 85%. 

Observo essa "atitude" em todas as profissões. Posso dizer que é uma questão generalizada na maioria das empresas. Como fazer profissionais medianos e de baixa performance trabalharem melhor, como lidar com a falta de comprometimento e engajamento das equipes, etc. 

Claro que é uma questão sistêmica e não dá para pesar e jogar tudo nos ombros dos profissionais. Falta orientação, condições de trabalho, capacitação e muitos outros recursos. 

Mas estou falando de uma coisa específica que você só entende quando olha no olho do profissional. Ele deveria investir em si mesmo. Criar seu plano de carreira e atuação exemplar. Dar a mais, como porta de entrada para níveis mais complexos de atuação e de oportunidade de melhor recompensa. 

Mas não! Sabendo que pode ser melhor, ele se aproveita da situação para ser mediano. Uma espécie de chantagem, de barganha: se quiser que eu seja melhor, pague por isso. 

Dá certo para quem realmente é um talento de alta performance, que entrega 110%. Mas quem está barganhando é o mediano, que entrega 65% e acha que deve receber mais para entregar 75%. É um tiro no pé, é um alto risco, pois eu não vou pagar a mais para um cara que não entrega o que seu nível "especialista" deveria entregar. 

Eu olho nos olhos deles. E olho bem fundo. São poucos que eu me apaixono pela sua força de vontade integrada a um desempenho de valor. Esses são raros e exatamente por isso que valem muito. 
Outros, querem salário e benefício de nível de presidente, mas atuando e se responsabilizando como se fossem estagiários

Luciane Assis Netto

PMO | Administração Contratual | Gerenciamento de Projetos | BIM | Controle de Obras | Gestão de Riscos | Engenharia Civil | Construção Pesada | Indústria de Petróleo e Gás | Indústria Imobiliária (Real Estate)

9 a

Acho que esse "fenômeno" está diretamente relacionado àquela geração imediatista que tem como meta acumular aos 30 anos mais que seus pais levaram uma vida inteira, virar diretor aos 35 e presidente aos 40. Queimando etapas, esses "especialistas" são promovidos a "tão generalistas". Mas foram assim preparados pelos mentores das próprias empresas e universidades que os receberam.

Luciane Assis Netto

PMO | Administração Contratual | Gerenciamento de Projetos | BIM | Controle de Obras | Gestão de Riscos | Engenharia Civil | Construção Pesada | Indústria de Petróleo e Gás | Indústria Imobiliária (Real Estate)

9 a

Acho que esse "fenômeno" está diretamente relacionado a geração imediatista, que tem como meta acumular aos 30 mais que seus pais levaram uma vida inteira, virar diretor aos 35 e presidente aos 40.

Edna Demarqui Ramos

Consultora de Serviços de Saúde e Bem Estar

9 a

Excelente texto, parabéns Eduardo!

Sandra Regina Gaspari Molena

Proprietária do Espaço Mahala - Psicóloga Clínica, Terapeuta Sistêmica e Integrativa, Terapeuta Xamânica, Arteterapeuta, Facilitadora em Constelação Sistêmica Familiar.

9 a

Excelente!

Alex Sandro Gomes Altimari

Sócio em Gomes Altimari Advogados

9 a

Parabéns pelo texto!

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