O Futuro é hoje
Patrícia Correia para DirHotel – Dez 2022
O Futuro é hoje e já chegou, desengane-se quem pensa de maneira diferente. Se noutras épocas, sabia-se das tendências e ainda havia um compasso de espera entre o timing da tendência e da sua implementação, a globalização da informação e o ritmo frenético a que a informação corre, diminuíram drasticamente esse compasso, fazendo com que as tendências de futuro sejam de facto, tendências de presente.
A pandemia de COVID-19 trouxe muitas alterações ao comportamento do consumidor e os hotéis adaptaram-se tomando medidas para suprir estas novas necessidades e muitas continuarão a ser utilizadas agora que o vírus nos deu tréguas. A enfase na segurança e na higiene, com implementação de novas medidas de higienização e limpeza, asseguraram e continuarão a assegurar aos hospedes a devida proteção sanitária sem a qual não se sentirão seguros. Os pagamentos contactless ou a utilização dos chatbots que tiveram uma grande expansão na altura mais critica, também vieram para ficar.
Mas olhando já para o que aí vem, ou melhor, para o que já cá está, temos a robótica no cimo da lista. Goste-se ou nem por isso, os robots estão aí para ficar. Desde soluções de robots para check-in e concierge, ou para copa, já se ouve falar de tudo em hotelaria. Já existem robots que levam bagagens, servem às mesas, limpam os quartos e áreas publicas dos hotéis, entre outras. E concorde-se ou não, esta tendência está para ficar, especialmente numa altura em que a falta de mão-de-obra é gritante. Faltam-nos 50.000 colaboradores na hotelaria. Se há poucos colaboradores, porque não trazer robots para fazer as funções mais simples, treinando as nossas pessoas para todas as outras? São sinais do tempo e da conjuntura que estamos neste momento a viver. E que não se pense sequer que esta estratégia tem algo a ver com redução de custos, porque esta tecnologia tem um custo muito mais elevado do que colaboradores humanos. Além do custo inicial que é grande, os custos de manutenção e assistência técnica são igualmente elevados e tem de ser prestados por técnicos altamente especializados.
Seguindo na lista de tendências, temos tudo o que tenha a ver com Smart Hotels que incorporam a Internet of things, usando dispositivos e sistemas inteligentes para tornar mais eficiente as operações hoteleiras e melhorar a experiência do hospede, como por exemplo sistemas AVAC que ajustam a temperatura de cada quarto para o máximo conforto e o mínimo de desperdício de energia.
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Na lista de tendências está também a sustentabilidade ambiental, que também passou a ter um papel preponderante na hotelaria. Mais do que uma tendência de futuro é hoje uma necessidade do presente, algo que os hospedes deixaram de ver como um “nice to have” para passar a “need to have”. A utilização de painéis solares, de sistemas de poupança e reaproveitamento de água e de energia, de produtos amigos do ambiente e orgânicos, entre outros, já estão em prática em muitos hotéis e a tendência é que cada vez mais se evolua nesta área.
A utilização da AI - Inteligência artificial também já não é algo de futuro, mas uma ferramenta bem presente hoje em dia. Nos chatbots, que fornecem respostas e ajudam em todo o processo de reserva e em aplicações de analises de dados que conseguem em segundos analisar grandes quantidades de dados que os humanos demorariam horas a analisar. Sistemas que utilizem AI tem a capacidade de aprender com o utilizador e podem ser muito eficazes na experiência do hospede.
Quanto à realidade virtual e à realidade aumentada, também já é algo em utilização dentro dos hotéis, sendo que a realidade virtual substitui o mundo real com entrada de áudio e visual para criar uma experiência imersiva e a realidade aumentada simplesmente adiciona elementos virtuais ao mundo real. Por exemplo, podemos experienciar isto numa App para smartphone que mostre listagens, horários de funcionamento e outras informações sobre o negócio ou atração que o cliente está a ver. Os hotéis podem usar a RA para fornecer mapas interativos e informações sobre serviços como spas, restaurantes, ou jogos de RA para tornar as visitas dos hóspedes mais memoráveis.
E não se pode falar de futuro sem abordar o tema Metaverso, termo usado para descrever um mundo digital ou virtual, que permite interações sociais, através da utilização de um avatar. O metaverso assenta sobre a realidade virtual e a realidade aumentada, em que os hóspedes interagem em espaços virtuais oferecidos pelo hotel, possibilitando a realização de reuniões de negócios mais envolventes e pessoais, mesmo que os participantes estejam fisicamente localizados em locais diferentes. Oferecer opções de metaverso permite também que os hotéis se promovam como hotéis metaversos, o que provavelmente atrairá o cliente mais focado em tecnologia, que deseja experienciar a última inovação.
Tudo isto parece retirado de um filme de ficção científica, certo? Mas se pensarmos que há apenas 20 anos poucas pessoas viam utilidade em telefones moveis, que a internet não era para todos e que nunca ninguém pensaria em moedas virtuais, percebemos bem a velocidade a que o mundo gira. E que tudo isto é simples, na verdade. Ou aceitamos esse facto e embarcamos nas novas tendências do sector, adaptando-as à realidade de cada um, ou resistimos à evolução e perdemos o barco. Como dizia Vera Roquete no programa de 1986…”Agora escolha”. Parece que não, mas já se passaram 36 anos!
A evolução não espera por ninguém!
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2 aTudo certo mas por muita AI e Robots que existam, o contacto humano faz toda a diferenca num servico que se presta a um cliente. O olhar os olhos do outro muitas vezes é tudo.