O FUTURO Ė AGORA!
Como ser protagonista em um mundo em constante evolução?

O FUTURO Ė AGORA! Como ser protagonista em um mundo em constante evolução?

Quando pensamos em futuro, pensamos em algo que está por vir, e algo longe, que vai acontecer daqui alguns anos à frente, e que portanto teremos tempo para se preparar para ele. Será que esta percepção ainda está correta nos dias de hoje ? 

No momento atual estamos vivendo uma era de mudanças extremas e não uma mudança simplesmente de era. Ao longo de toda a história do Homo sapiens na terra, dividimos a história em 3 eras, a agrícola onde o Homo sapiens deixa de ser um coletador, caçador nômade e passa a se fixar em locais e a cultivar o seu alimento; a era industrial, onde as máquinas inicialmente a vapor e depois a eletricidade e movidas a outras fontes de energia, passam a substituir a força muscular dos braços e pernas de homens e mulheres; e neste exato momento estamos em plena era da informação ou era digital segundo alguns estudiosos, onde computadores nos ajudam a realizar parte do nosso trabalho cerebral. E daqui para frente vamos viver em poucos anos diversas outras eras, as chamadas eras pós digitais, como a nanotecnologia, a computação quântica, a robótica, a biotecnologia e assim por diante. 

As mudanças não se dão mais ao passo de vários séculos ou um século como nas outras eras, nem mesmo em décadas, ela acontece em questão de anos. Isto se deve a velocidade da duplicação do conhecimento humano (que passou de 100 anos para 18 meses, acompanhando as previsões da Lei de Moore), a velocidade das descobertas tecnológicas, das inovações, que proporcionam redução de custos e de tempo para novas pesquisas e para empreender, tornando o momento atual o melhor momento da história da humanidade para se criar algo novo, para se arriscar a empreender um novo negócio. Com mais gente tentando, temos muito mais chances de algumas pessoas conseguirem transformar as suas ideias, que ajudem a solucionar dores reais de clientes,  executadas com boa gestão, timing adequado, em startups de sucesso, que se transformam em grandes empresas. 

Quando muito mais gente está dedicando a sua vida a tentar o novo, a criar novas soluções para praticamente tudo, tornando coisas caras e inatingíveis para a maioria dos mortais em algo possível, barato e acessível, a tendência é de que as coisas vão mudar mais rápido, cada vez mais rápido, num vórtex infinito de inovação e aceleração, reduzindo o tempo com que novidades se tornam o mainstream, a tecnologia dominante.

Sim, a mortalidade é alta em startups, cerca de 90% nos EUA, mesmo no Vale do Silício, e cerca de 95% no Brasil. Mesmo assim, muita gente tem se arriscado a largar empregos e carreiras tradicionais para nutrir o sonho de criar empresas de sucesso, de alcançarem mais liberdade e ajudarem a humanidade através de seus legados. E louvados sejam estes malucos, que tem transformado o modo como agimos e levamos nossas vidas. Basta olhar o impacto da internet, dos smartphones e daqui para a frente da inteligência artificial no nosso dia a dia, que fica fácil entender sobre o que estou falando. 

Com tudo isso em mente, agora podemos imaginar que talvez o dito futuro não seja mais tão distante assim, e que ele possa bater à nossa porta, mudando tudo da forma que conhecemos, muito mais cedo do que a nossa percepção de um mundo linear possa nos preparar. Estamos estreitando a faixa de tempo que separa o presente do futuro, eles se confundem e até mesmo se fundem. O que pode ser futuro para um local, cidade ou país, já é o agora em outro local, cidade ou país, ao mesmo tempo. Tem uma frase que já ouvi de diferentes empreendedores e que fala sobre isso que é a seguinte: “... o futuro já chegou, só não está uniformemente distribuído", frase que é atribuída ao escritor de ficção científica norte-americano William Gibson.

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Isso me lembra quando fui para o Japão em 2008, onde tive a honra de ser chefe da delegação brasileira de Judô no lendário campeonato Jigoro Kano Cup que alguns anos depois virou o Grand Slam de Tóquio, um dos maiores eventos da modalidade no mundo. Esta foi uma das minhas passagens mais emblemáticas dentro do meu esporte, de aluno de judô numa cidade no interior do Rio Grande do Sul, a representante do meu país em um dos maiores eventos da modalidade. Mas voltando ao tema do artigo, naquela feita eu comprei diversos produtos eletrônicos no bairro de Akihabara, o paraíso dos eletroeletrônicos em Tóquio, como máquina fotográfica, meu primeiro iphone, o modelo 3G (segundo modelo da marca), e que levaram muitos anos lembro para terem similares a venda no Brasil, se fosse hoje, a única diferença seria talvez o preço por diferenças cambiais, mas temos hoje acesso em qualquer lugar do mundo de maneira muito fácil e rápida a produtos do mundo inteiro, em tempo real, tornando o futuro cada vez mais próximo, mais rápido.

Hoje em plena era digital fica claro então que futuro, que no dicionário significa o que está por vir e para acontecer, num curto prazo diz muito mais respeito ao hoje, ao que já existe e que está surgindo todos os dias em algum lugar no mundo e que no momento seguinte vai nos alcançar e nos impactar como um vírus surgido na China ou um app criado em Israel. 

E a pergunta que fica é: Como você está se preparando para este hoje futurista ? Lendo sobre os mesmos assuntos? Indo nos mesmos congressos? Convivendo com as mesmas pessoas ?  E fica ainda mais claro a necessidade de mudança de atitude e pensamento, quando formos pensar sobre um futuro mais distante, quando estaremos falando de algo quase inimaginável, e cada vez mais totalmente imprevisível, e é quando surge a questão: O que fazer hoje para estar mais preparado e apto para as adversidades no futuro?

Dentro de uma perspectiva de futuro imprevisível, devemos usar a imaginação, e metodologias para se atingir algum grau de proximidade da realidade futura, ou prever as tendências, para num exercício de foresight, olhar o presente com a perspectiva do futuro, olhar a frente do nosso tempo e planejar o hoje a partir desta perspectiva. Uma das estratégias para exercitar esta situação, é a busca pelos chamados sinais do futuro, e eles surgem da observação de alguns autores que mudanças significativas não acontecem sem avisos. Estes sinais podem ser considerados fortes e fracos dependendo de quanto mais perceptíveis e realizáveis eles são. 

Sinais fortes são aqueles aparentes, visíveis, que estão como se diz na “boca do povo” e que demonstram tendências de um futuro previsto e praticamente inevitável. Só se acontecer algo muito significativo para que os sinais fortes não se concretizem. 

Sinais fracos por outro lado são fatores imperceptíveis no presente à maior parte das pessoas, pistas sutis, com frequência não relacionadas com nossa área de atuação, às vezes derivados de outras indústrias, que podem forçar mudanças e causar eventos de impacto, tendências que se tornarão realidade no futuro. 

Quando saímos da nossa bolha, convivemos com pessoas de outras áreas, vamos a eventos de áreas antes impensadas, lemos sobre outros assuntos, frequentamos hackathons e espaços de inovação, temos mais chance de perceber e captar estes sinais fracos, que podem ser “game changers” da nossa área ou profissão. A busca por estes sinais antecipatórios representam movimentos estratégicos, que vêm sendo aplicados em grandes instituições e empresas, e que nós podemos e devemos trazer para nossa vida pessoal, pensando em nós mesmos, indivíduos, como uma empresa, sendo CEOs de nós mesmos. 

Por estar vivenciando um pouco disso no meu dia a dia, posso afirmar que realmente conseguimos antever alguns movimentos, que no final nos apresentam novas oportunidades antes das demais pessoas da nossa indústria, se tivermos esta atitude de manter uma atitude mental (mindset) de inovação. 

Andre Obayashi

Medico na Prefeitura Municipal de Curitiba

2 a

Muito bom dr Carlos Eurico Pereira , diante do cenário atual, em meio à essa imersão de um oceano de dados, e conseguir ter a percepção de oportunidades, e inovar, é tendo um mindset de CEO da própria vida, manter o long life learning e acompanhar bons mentores.

David Sena

Cirurgião Plástico ; Cofundador GestaoDS - Transformando médicos em empreendedores através da gestão e tecnologia; Co-fundador NaduvidaCresça (NDC) - Educando empreendedores em finanças e neurociência aplicada

2 a

Topppp

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