O “futuro da Internet” pode ser um lugar impróprio para crianças
Na semana passada, o mercado de tecnologia foi sacudido pelo anúncio do “futuro da Internet” feito por Mark Zuckerberg, CEO do Facebook. Trata-se do metaverso, um ambiente digital totalmente imersivo, em que a realidade poderá ser substituída por simulações interativas bastante convincentes, com o uso de equipamentos de realidade virtual e de realidade aumentada.
Não há nada parecido com isso hoje, pelo menos como um produto de uso cotidiano para as massas. Por isso, os estudos sobre seus efeitos ainda são limitados. O que se sabe é que, com tamanha imersão, nosso cérebro pode ser “enganado” para acreditar que aquela simulação é algo real, gerando reações em nosso próprio corpo. Uma realidade virtual poderosa pode diminuir nossa capacidade de distinguir entre o que existe de fato e o que é apenas uma simulação.
Especialistas afirmam que isso pode ser potencialmente mais sério entre crianças e adolescentes. Com suas capacidades cognitivas em formação, a diferença entre real e virtual se torna ainda mais difusa.
Os jovens são, portanto, ainda mais suscetíveis aos estímulos que recebem em realidade virtual, o que cria preocupações não apenas em questões comerciais, mas também de bullying e até de pedofilia. Para tornar a situação mais dramática, é muito difícil monitorar um ambiente tão dinâmico.
Zuckerberg busca estratégias para atrair e reter o público jovem, algo essencial para seus negócios, que estão ficando envelhecidos e pouco atraentes para os mais novos. E não se pode ignorar uma das piores acusações que vêm sendo feitas contra o Facebook: a de que a companhia sabe que o Instagram, um de seus principais produtos, acentua problemas de saúde mental em adolescentes e deliberadamente faz pouco para prevenir isso.
O metaverso preconizado por Zuckerberg eventualmente se tornará um produto de massas. Mas, se tanto já se discute sobre o poder que as redes sociais têm de deixar pessoas (especialmente as mais novas) deprimidas, esse novo mundo digital imersivo precisa ser encarado com muito mais cuidado.
Trata-se de uma ferramenta com potencial formidável, mas não pode ser abraçada de maneira leviana. E é isso que me preocupa! Adultos e principalmente crianças não podem usá-la para fugir de problemas reais em uma fantasia idealizada. Se fizerem isso, poderemos ver o surgimento de uma geração ainda menos capaz de lidar com os desafios da vida e mais deprimida, ao ser confrontada com seu cotidiano inescapável.
Para entender mais sobre como o metaverso funciona e conhecer seus benefícios e potenciais riscos, assista ao vídeo da minha Pílula de Cultura Digital dessa semana.
Se você prefere saber mais sobre isso em um artigo, leia a minha coluna no Estadão dessa semana: Os benefícios e os riscos do metaverso de Zuckerberg.
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Ainda sobre o metaverso, nesta segunda participei do Jornal da Tarde, da TV Cultura, explicando sobre seu funcionamento. Confira a reportagem, que também teve a colaboração de Christian Dunker, professor de Psicologia da USP.
E se, ao contrário de todas as redes sociais, que levam seus usuários a usá-las incessantemente, surgisse uma que limitasse seu engajamento? Essa rede existe: chama-se Minus. Mas qual a chance de uma rede social assim dar certo?
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Jornal da Live:
O cerco se fecha sobre Mark Zuckerberg e o Facebook! A empresa vive a sua maior crise de reputação. Apesar disso, especialistas discutem se a empresa fará mudanças verdadeiras para corrigir as denúncias contra ela, ou manterá apenas cortinas de fumaça.
As denúncias de Frances Haugen, ex-gerente da equipe de integridade cívica da empresa, ganharam nova dimensão nos últimos dias. Um consórcio chamado “The Facebook Papers”, formado por 17 veículos jornalísticos dos Estados Unidos, incluindo New York Times, CNN e Washington Post, começou a publicar detalhes dos milhares de documentos internos vazados por Haugen. Os veículos tiveram acesso a documentos recebidos pelo Congresso americano. Novos delatores, porém, estão surgindo!
Entre muitos outros problemas, os arquivos mostram que o Facebook foi alertado por funcionários sobre a disseminação de desinformação e discurso de ódio, e fez muito menos que poderia. Além disso, pesquisas internas da empresa revelam que os algoritmos impulsionam conteúdos de movimentos conspiratórios, e que prejudicam a saúde mental de seus usuários, especialmente os mais jovens, e também não evitou isso.
Você acha que o Facebook coloca o lucro à frente da segurança de seus usuários? Mark Zuckerberg deveria perder o cargo do CEO da empresa? Já é hora de abandonar suas redes?
O Jornal da Live acontece sempre nas quintas, às 21h15, ao vivo no meu perfil no LinkedIn, no YouTube e no Facebook.
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3 aEllisantiros@gmail.com
Vendedor Aramis
3 aHoje crisnças e jovens são totalmente dependentes das redes Sociais além dos adultos é claro e esta idéia claro que já está na mira de todos porque o cérebro já exige mais. Porém será mais dependência, serão criados novos postos de trabalho, outros deixarão de existir e muitos ficaram sem māo de obra qualificada o que já acontece pela simples brincadeira de assistir um video e outro e jogos entre outros... Mas como você Paulo Fernando Silvestre Jr. escreveu nem tudo ruim pois é uma idéia de futuro, a questão é até que ponto fará bem? Bora lá.
Analista de Engenharia de Software - Perito em Fraudes, Forense e Direito Digital
3 aPaulo Fernando Silvestre Jr. , como profissional de tecnologia e cibersegurança, concordo com você em gênero, número e grau.
Administrativo Financeiro - Gestão em Pessoas
3 aPaulo Fernando Silvestre Jr. foi esse o meu questionamento numa publicação da Forbes. Qual a intenção por trás desta tecnologia? Manter ainda mais distante as pessoas da vida real para manter um controle irrestrito sobre a vida virtual. Em crianças e adolescentes o impacto é sem precedentes!