O futuro do trabalho, máximos, mínimos, você e aprendizagem

O futuro do trabalho, máximos, mínimos, você e aprendizagem

Você chega no escritório e começa mais um dia de trabalho, abre os seus e-mails e provavelmente lê alguma notícia. Em algum momento irá se deparar com o tema do futuro do trabalho e a sua relação com novas tecnologias. Existem diversas manifestações sobre o assunto. Algumas delas direcionam para uma visão mais pessimista onde, em um futuro não tão distante, muitas pessoas serão substituídas por robôs / máquinas ou softwares inteligentes. Do outro lado estão aqueles que argumentam que a adoção de novas tecnologias trará benefícios porque gerará uma demanda de novas competências e novos empregos serão criados.

Hoje é impossível saber qual é o caminho que seguiremos quando falamos do futuro do trabalho. O que se sabe é que desde o início do século XX, com a ascensão da Revolução Industrial, as organizações buscam constantemente os seus pontos de máximo e de mínimo. Buscar máximos e mínimos significa ter o melhor desempenho possível. Alguns dizem que é produzir mais com menos, ou maximizar os lucros, ou reduzir custos, ou atender melhor os clientes, dentre tantos outros jargões dos quais você pode escolher.

Gostando ou não, concordando ou não, conscientes ou não, nós fazemos parte deste sistema que visa encontrar os máximos e mínimos. Veja o exemplo que vem acontecendo com as livrarias no Brasil. A FNAC fechou as portas, recentemente a Livraria Cultura entrou em processo de recuperação judicial e a Livraria Saraiva anunciou o fechamento de mais vinte lojas.

Então você deve estar se perguntando: “mas existe uma relação entre o futuro do trabalho, essa história dos tais máximos e mínimos, o fechamento de livraria e eu?” E a resposta é “SIM! E muita.” Assim como as empresas, você e eu buscamos os pontos de máximo e mínimo. Voltando ao exemplo das livrarias, imagine que você quer comprar um livro; você pesquisa na Amazon.com e o livro custas R$ 70,00 com prazo de entrega de 5 dias úteis. Neste mesmo dia você vai almoçar no shopping com um colega e passa em uma livraria. Lá você descobre que o livro que você quer não está disponível, mas que pode fazer a encomenda. O livro custará R$ 105,00 e o prazo estimado para você voltar à livraria para retirar o produto é de 14 dias úteis. Provavelmente tanto você quanto eu sairíamos de lá sem fazer a encomenda na loja e compraríamos on-line. Alguns fariam a compra pelo App da Amazon.com ainda dentro da livraria (este exemplo se aplica para roupas, comida, entretenimento e muitos mais).

A medida que fazemos estas escolhas, nós também buscamos os pontos de máximo e mínimo (máximo conforto e praticidade, mínimo custo). São as nossas escolhas como consumidores que forçam as empresas a melhorarem o seu desempenho. Aquelas que não o fazem... bom, já sabemos como a história termina. Por outro lado, você também tem a responsabilidade de ajudar a organização onde trabalha a alcançar os seus máximos e seus mínimos ou, se preferir, tornar a empresa mais competitiva, porque se isso não foi feito, ela poderá fechar.

Aqui vivemos a dicotomia onde, de um lado da mesa somos os causadores (ou ao menos geramos a demanda como pessoa física) da mudança e do outro lado sofremos por não conseguir acompanhar esta mudança (como pessoa jurídica), o que força as organizações buscarem novas tecnologias para atender as novas demandas. Tecnologias estas que ajudam a revolucionar o mercado e assim entramos em uma espiral onde os consumidores querem os seus máximos e mínimos, exigindo mais agilidade das empresas que, por consequência, exige mais das pessoas que ali atuam.

Para sobreviver profissionalmente neste ambiente altamente turbulento é necessário estar sempre atualizado (olha o nosso ponto de máximo mais uma vez aqui). E a atualização passa pelo processo de aprendizagem. Não importa se o investimento em aprendizagem é por parte da empresa ou por parte do indivíduo (o ideal é que seja dos dois lados). Porém, a forma de aprendizagem não pode ser aquela tradicional que conta quantas horas você frequentou uma determinada instituição, mas sim aquela que é fluida e ágil.

Aqui é onde o conceito de lifelong learning ganha força por permitir o aprendizado autodirigido em ambientes informais. Nesta abordagem você é o dono do seu processo de aprendizagem. Você pode contar com diversas alternativas, como microcertificações, aprendizagem em redes sociais e até mesmo o uso de plataformas suportadas por Inteligência Artificial para facilitar o acesso ao conteúdo e trazer novas experiências.

Uma vez eu li uma citação atribuída a Marie Curie que dizia “Nada na vida deve ser temido, deve apenas ser entendido. Agora é a hora de entender mais, para que possamos temer menos”. Se você conseguir focar na sua aprendizagem contínua é muito pouco provável que você tenha que se preocupar com o futuro do trabalho porque você constantemente encontrará seus máximos e mínimos e estará preparado para as mudanças. Afinal, uma das poucas certezas no mundo dos negócios é que a única constante é a mudança. 

Vinícius M.

Data Leader || Data Engineers (DataOps)

6 a

Perfeito, professor! Ótima reflexão sobre o tema lifelong learning.

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