O grande diferencial talvez seja não ser diferente, eis mais um ciclo de inovação.

O grande diferencial talvez seja não ser diferente, eis mais um ciclo de inovação.

A busca por um diferencial competitivo pode ser o segredo de sucesso para uma organização.

Talvez também seja para uma pessoa.

Em um mercado onde a competitividade é cada vez mais crescente, isto pode ser fato.

Mas, quem foi que disse isso?

A verdade é que existe certa concordância, silenciosa, quanto a esta afirmação: “É preciso se diferenciar no mercado”.

Sem dúvida, algo difícil de ser comprovado.

Ainda mais quanto não se sabe exatamente o que pode ser diferente.

Ou o que pode ser este “diferencial”.

E o que isso pode trazer de sucesso.

Com o passar dos anos, muitas questões básicas passaram a ser diferenciais.

Explico.

Considerando como exemplo a gestão de projetos.

Muitos dos modelos gerenciais adotados atualmente, não passam de controles que sempre fizeram parte de todo e qualquer projeto.

Ao longo de toda história da humanidade.

Ou será que o processo de gerenciamento da construção das pirâmides do Egito não seguiu conceitos corretos que até hoje ainda estão por aí?

Certamente não com os nomes utilizados atualmente, mas o essencial é o mesmo.

Aliás, como qualquer bom chef sempre diz, “nada como um arroz e feijão muito bem feito”.

Apenas depois dele, é possível se aventurar para outros pratos.

Mas certamente, ele, por si só, já é o suficiente, na grande maioria das vezes.

O sucesso de um projeto demanda controles básicos bem geridos.

Talvez a realidade possa ser um pouco diferente.

Não cabe se diferenciar, e sim fazer acontecer.

Infelizmente, ao que parece, “fazer acontecer” é um diferencial.

Se é isso, ainda assim, não deveria ser.

Fazer acontecer é algo intrínseco em qualquer atividade humana.

Desde o simplório relacionamento amoroso até os mais complexos projetos.

Ou é possível acreditar que alguém que se esconde atrás de si próprio pode conseguir algo?

Se considerarmos, outro tema, por exemplo, o atendimento a clientes.

Nota-se que muitas organizações buscam mostrar que tratam os “seus” como se eles fossem únicos.

Assim como acontecia ainda no começo do mercado varejista no mundo.

Os donos dos mercadinhos sabiam exatamente o que todos os seus clientes gostavam.

Atendiam a cada um deles, sempre, com um sorriso no rosto.

Vide a origem do gigante Wall Mart.

Muitas vezes, nem pagar era necessário, bastava assinar no “caderninho”.

Ilusão pensar que hoje isso seja possível?

Pois as empresas utilizam estes mesmos argumentos para mostrar que “são diferentes”.

Quantos de nós não chegamos a ouvir o absurdo de “não fazemos a análise de seu credito”, utilizado como atrativo para clientes.

Isto mesmo, algo que foi criado pelos próprios comerciantes, como forma de controle, é vendido, no caso sua ausência, como um interessante diferencial para todos.

Me causa arrepio achar o que pode estar passando pelas cabeças das muitas pessoas que sempre se orgulharam justamente por estarem com seus nomes limpos.

Manter o nome limpo era o que justamente garantia a possibilidade de adquirir mercadorias.

Hoje, não mais.

Uma clara inversão de valores.

E obviamente, longe de ser um diferencial.

Enfim, os exemplos se acumulam em nosso dia a dia.

Ao que parece, talvez esteja havendo certa “miopia”.

O grande diferencial que pode realmente valer a pena é justamente, ser o mais simples.

Voltar ao passado.

Encontrar as respostas.

E fazer acontecer.

Atender aquilo que é o mais óbvio.

Sem querer inventar muita coisa.

Talvez isso seja o “ser diferente” hoje em dia.

Por este ciclo de inovação, todos teremos que passar.

Alvaro Camargo

Preparando e orientando líderes em organizações em questões estratégicas e de projetos.

8 a

Texto interessante. Em certos contextos o que você coloca é fato. Já imaginou termos políticos honestos? Isso seria uma enorme inovação para o Brasil.

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