O hate e o hype
Sara Ariel Wong

O hate e o hype

O Brasil se uniu ontem, na eliminação de Karol Conká. “É tipo final de Copa do Mundo, todo mundo na expectativa, torcendo muito”. Ouvimos fogos de artifício e gritos eufóricos, vindos de todos os lados.

Eu queria que a Karol saísse da casa? Sim, queria. Votei pra ela sair? Sim, votei. Vibrei com o discurso do Tiago e achei que, no final, ficaria feliz. Não fiquei. Muitas pessoas da minha TL também não ficaram.

99,17% num paredão triplo. É demais. É desproporcional. Eu não sei se vcs esperavam por isso. Eu não esperava. Minutos antes do anúncio do Tiago, estávamos numa sala do Clubhouse comentando o programa e fazendo nossas apostas. Chutei 97,2%. E já achava que seria um número muito alto.

O tombo veio. E com ele, uma enxurrada de um oportunismo barato, vindo de marcas e influenciadores.

Num momento em que temos falado e cobrado tanto por empatia, num momento em que o ativismo e os movimentos por respeito, equidade e inclusão estão, cada vez mais em evidência no mundo todo, é vergonhoso perceber que quem tem alcance e influência só quer mesmo surfar a onda, aproveitar o buzz pra se autopromover. Sem compromisso com a ética, com o respeito, ou qualquer princípio moral.

Mas tem coisa pior. Amstel resolveu usar o acolhimento e a empatia em #publis tão oportunistas quanto as promoções e ~brincadeiras que outras marcas fizeram. Ficou feio porque não pareceu verdadeiro nem, de fato, empático. A gente sempre percebe quando um discurso não reflete as ações. “Por fora bela viola, por dentro pão bolorento” – já dizia minha avó.

Karol tinha que sair da casa. Não seria saudável pra ninguém se ela continuasse ali. O hate não foi gratuito. E vai além de um reality show. Pensem, olhem ao redor: estamos cercados de Karolines. Na família, nos ciclos sociais, no ambiente de trabalho... a gente sempre conviveu com tipos como o da Karol.

Não serei hipócrita. Não é bom ter uma Karol Conká por perto. É desesperador, muitas vezes. Mas isso é absolutamente inerente às relações humanas. Eliminar a Conká do camarote não vai nos fazer limar as outras todas que estão com a gente, no dia a dia. Então, será que é justo (e humano) o que estamos (a sociedade toda) fazendo com essa Karol?

E vamos de mais uma frase feita pra encerrar esse pensamento que virou textão: Mais amor, por favor.

E pra fechar, essa música, que traduz muito do vazio que eu senti ontem.

Rickey Tateyama

Transformação Digital | Growth Hacking | Marketing Estratégico | Gerente de Projetos de TI | Administrador Publico e Privado

3 a

Bela reflexão Thaína.

Rodrigo Torres

Head of Sales / Structured Finance / Banker / Product Manager / FP&A / Planning

3 a

Tha, tive esse discussao ontem em casa!!! As “Karol” estao presentes na nossa vida, a todo tempo... o problema é que nem todas sao unanimamente reconhecidas como tais porque na vida real não existem essas cameras 100% do tempo...

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