O iminente colapso do inbound marketing nacional
O colapso do inbound marketing, praticado no Brasil, é iminente. Em pouco tempo o termo que há alguns anos se apresentou como uma revolução no mercado será considerado negativo.
Isso é resultado dos não resultados colhidos pela maioria das empresas que investiram, iludidas por discursos decorados, porém cativantes, que brotaram num efeito relâmpago que marcará a história do marketing digital no nosso país.
Mas, por que isso aconteceu?
Inbound é, de fato, uma metodologia consistente e eficaz, em muitos casos, contudo, por aqui, ela se mostrou muito mais eficaz em treinar agências e profissionais pouco qualificados a entrar em um mundo desconhecido para eles. Tornou-se uma receita de bolos, envolta em mágica, mas que acabam quase sempre batumados nas mãos de confeiteiros bons de papo, mas pouco experientes. Fazendo um exercício de desconstrução, fica fácil identificar os principais pontos desse futuro vexame.
Investir em digital se tornou uma necessidade urgente para todas as empresas, das grandes as pequenas. Parte pela ameaça ressoante dos malefícios de não fazer parte desse meio, parte pelos benefícios nunca antes vistos no marketing tradicional, quase extra dimensionais, que pareciam vir colados as iniciativas nos novos canais. Temos aí a urgência que criou uma demanda jamais vista. Temos aí, na outra ponta, a oportunidade de se criar uma oferta rápida.
O fato é que não se formam especialistas do dia para noite, principalmente em assuntos amplos e complexos, com diversas possibilidades de ação. Mas se há demanda, dá se um jeito. Foi então que surgiram os gigantes, com métodos prontos para tudo, desde a venda até a educação, ergueram-se e foram aplaudidos de pé e disseminaram seus ensinamentos vagos que colocavam desde a loja de bijuterias da esquina até a prestadora de serviços, com dezenas de filiais, no mesmo barco furado de geração de conteúdo, fluxo de leads e toda aquela história que parecia matéria de primário.
É decorar e sair vendendo, usar a urgência e prometer, tudo, com sorrisos no rosto e vibração nos gestos, bem ao estilo americano de negociar. O mais inintendível de toda a história foi assistir profissionais experientes, mordendo iscas vazias. Fisgados facilmente por promessas de resultados rápidos e garantidos (mágicos, de fato), a máquina do inbound brasileiro, se mostrou eficiente em desperdiçar recursos e gerar ações tão repetitivas e sem valor, quanto os sem números de leads de seja lá qual for a parte do funil.
Como gerentes, empreendedores e profissionais gabaritados não enxergaram o muito de show e o pouco de veracidade nessas fórmulas é a única dúvida que resta após esse circo que chega ao fim.
A boa notícia é que a futura morte do fenômeno inbound vai abrir espaço para ações eficazes de fato, a personalização e a criatividade voltarão a ganhar espaço e, quem sabe, mais pra frente, o verdadeiro inbound marketing possa ser aplicado no Brasil.