O Impacto da Convergência de Tecnologias: Desafios e Oportunidades

Um dos assuntos mais discutidos no Festival SXSW esse ano foi a convergência de tecnologias. Esse tópico foi citado por diversos speakers como Amy Webb, futurista renomada, Peter Deng que é head do ChatGPT e Ian Beacraft CEO da Signal and Cipher e esse assunto me chamou atenção principalmente por estarmos nos movendo exponencialmente em direção às mudanças que podem remodelar o cenário dos serviços financeiros, transformando a maneira como as instituições financeiras interagem com os clientes, conduzem transações e gerenciam riscos. Este artigo coloca em pauta as consequências da convergência tecnológica na indústria financeira, destacando os desafios e as oportunidades que surgem desse fenômeno.

A convergência de tecnologias, incluindo blockchain, inteligência artificial, big data, quantum computing, cloud, IoT e entre outras, está catalisando mudanças significativas nos serviços financeiros, criando novos modelos de negócios e redefinindo as expectativas dos clientes.

A provocação que foi feita por vários speakers é que empresas e bancos estão investindo alto na digitalização e modernização de seus "stacks" tecnológicos para se manter relevante e reduzir custos operacionais, porém com a aproximação da convergência das tecnologias que muda completamente como o cliente se relaciona com os serviços, será que elas podem estar equivocadas ou defasadas nessas iniciativas e projetos? Ou seja, será que "perdemos o bonde"?

Outro ponto relevante para ser considerado com o uso de todas essas tecnologias juntas é pensar como que os sistemas operacionais e estruturas organizacionais irão conversar com isso. Uma vez que a tecnologia pode substituir interações com os clientes e também automatizar e simplificar as transações oriundas dessas interações, o backoffice, operação e pessoas envolvidas nesses processos devem ser completamente repensados.

E aqui há uma grande armadilha, pois não é recomendado nivelar as expectativas das novas experiências e negócios que serão possíveis gerar para nossos clientes a partir dos níveis dos nossos sistemas operacionais atuais, pois eles podem gerar limitação. Tendo essa premissa em mente, acredito ser extremamente necessário analisar os recursos que estão sendo investidos a médio e longo prazo para fazer uma validação a prova de futuro, afinal pode ser que não faça mais sentido num cenário futuro provável ou que o backoffice necessário para suportar isso não seja o mesmo.

À medida que a convergência tecnológica  continua a moldar o futuro dos serviços financeiros, essa indústria que tem players bem estabelecidos, novos entrantes e uma regulamentação robusta, uma oportunidade fica clara :  é fundamental ser protagonista com um olhar criativo, colaborativo e curioso para agir sem apegos, desafiar o “status quo” e capitalizar as oportunidades que surgem desse cenário. Falamos de tecnologia, mas ao final o que importa são as pessoas.