O início do trabalho de pesquisa
Esse pequeno espaço de troca e partilha sobre as dores da escrita acadêmica nasce porque eu também vivenciei esse processo. Não foi fácil concluir o trabalho de pesquisa, me recordo das inúmeras angústias que me habitaram e o quanto isso comprometeu minha saúde mental. E quando estamos imersos nesse processo tendemos a imaginar coisas como: somente eu não consigo escrever; um dia inteiro de trabalho e só consegui escrever um parágrafo; não aguento mais esse texto; posso listar uma infinitude de frases assim porque em algum momento me deparei com elas. Erroneamente também imaginamos que somente nós sofremos para concluir a escrita, entretanto, uma simples conversa com colegas de turma irá mostrar que essa é uma aflição da grande maioria dos estudantes de graduação e pós-graduação com contornos mais acentuados no segundo caso dado o papel definidor que a escrita passa a exercer. Esse sofrimento psíquico que atinge principalmente os pós-graduandos não deveria ser normalizado ( irei compartilhar no feed alguns vídeos do psicólogo Robson Cruz sobre o tema). A saúde mental dos estudantes deve ser uma questão para as universidades e para a qual devem ser direcionados recursos humanos e financeiros.
Parte desse enorme sofrimento psíquico que nos atinge também se relaciona com algumas escolhas feitas no início da jornada tais como: tema de pesquisa, o programa e o orientador. Essas três escolhas têm grande impacto na forma como iremos nos relacionar com o trabalho de pesquisa:
· Tema de pesquisa: defina algo que desperte seu interesse e pense que será uma relação de longo prazo dado os prazos de cada tipo de trabalho acadêmico ( trabalho final de graduação, mestrado ou doutorado).
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· Programa: dedique tempo para estudar o edital e as exigências do processo seletivo, organizar a documentação e se preparar para as provas exige tempo. Caso conheça mais pessoas que farão a mesma prova uma sugestão interessante é montar um grupo de estudos, mude a concepção que vocês disputam uma vaga e compartilhar materiais pode ser enriquecedor para todos.
· Orientador: olhar para além do currículo lattes, ao escolher um orientador pense no real sentido que essa palavra guarda, alguém para guiar seu processo de pesquisa. Investigue com outros orientandos como é a forma de trabalhar, como são os encontros de orientação e com base nessas conversas defina se há compatibilidade entre você e o orientador (a) em questão. De oportunidade para orientadores em início de carreira, geralmente eles possuem maior disponibilidade emocional e de tempo para o processo de orientação. Um currículo lattes fantástico nem sempre coincide com um boa convivência, item fundamental para a conclusão do trabalho com saúde mental.
Para ampliar algumas reflexões feitas ao longo do texto deixarei alguns links no feed, se sintam à vontade para comentar e enriquecer a discussão. Nas próximas semanas continuaremos nossa conversa!