O INCONSCIENTE PENSA

Introdução:

Como designers, temos uma tendência natural de criar artes visualmente atraentes, o que faz parte dos conceitos e princípios fundamentais do design. À medida que começamos a reconhecer o impacto do design em nosso cotidiano, passamos a repensar nossas criações, atribuindo-lhes um propósito.

Até aqui, tudo ocorre conforme o esperado, e o design continua a influenciar nossos pensamentos e estilo de vida.

E claro que...

As compras, o desejo de consumo e até mesmo nosso estado emocional são frequentemente influenciados pela publicidade, tanto online quanto offline.

No entanto, todas essas fachadas, outdoors, tráfego pago e personalização das marcas tem um propósito genuíno? Vale mesmo a pena inundar o ambiente com tanta publicidade?

Antes de responder a essas perguntas, é crucial compreender alguns aspectos sobre o funcionamento do cérebro e seu relacionamento com a publicidade.

Sobre o Cérebro:

A região do córtex cerebral dedicada principalmente ao processamento da estimulação visual proveniente dos fotorreceptores da retina é conhecida como córtex visual.

A área V1 do córtex visual é responsável por receber as informações visuais da retina e iniciar o processamento visual primário. A partir desse ponto, tudo o que percebemos é processado de maneira automática.

As vias neurais transportam as informações processadas na área V1 e as procuram na memória de médio e longo prazo, buscando padrões, semelhanças, experiências e até mesmo comportamentos que facilitem a integração desse novo conhecimento, permitindo a associação com informações preexistentes. É também dessa maneira que os estímulos podem ser comparados às memórias ao passarem pela parte inferior do lobo temporal.

A área V2 atua no processamento de informações mais complexas, como a detecção de formas e movimentos.

Sobre a Publicidade:

Em meus anos de experiência com design criativo e publicitário, constatei que o uso das cores se tornou fundamental para influenciar o pensamento daqueles que a veem. Mais do que simplesmente utilizar boas cores, foi necessário considerar também a tipografia e diversos outros elementos da composição visual.

A publicidade possui diversos objetivos, incluindo influenciar, educar, interagir e despertar interesse.

Continuando...

Podemos observar que o cérebro funciona essencialmente como uma máquina de reconhecimento de padrões e semelhanças.

Fachadas, outdoors, posts em redes sociais e a personalização das marcas podem ser utilizados para promover o reconhecimento da marca, posicionar um produto ou consolidar sua presença no mercado.

A resposta para todas essas perguntas é um enfático SIM.

Perspectivas Futuras:

Além das estratégias tradicionais de design e publicidade, estamos testemunhando o surgimento de tendências inovadoras que prometem transformar ainda mais a paisagem do marketing e da comunicação visual.

Um exemplo promissor é a ascensão da personalização em massa, impulsionada pela tecnologia de análise de dados e inteligência artificial. Empresas estão cada vez mais capacitadas a criar experiências de marca altamente personalizadas, adaptadas às preferências individuais de cada consumidor. Isso fica evidente quando observamos a campanha da Coca-Cola, que recentemente lançou a iniciativa "Compartilhe uma Coca-Cola com [Nome]", na qual as garrafas são rotuladas com nomes populares e incentiva os consumidores a compartilharem uma Coca-Cola com amigos e familiares. Essa abordagem personalizada não apenas fortalece os laços emocionais entre a marca e o consumidor, mas também cria uma experiência única que ressoa com o público-alvo de maneira poderosa.

Outra tendência significativa é o uso crescente da realidade aumentada (RA) e da realidade virtual (RV) na publicidade e no design. Com a RA e a RV, as marcas podem criar experiências imersivas e interativas que transcendem os limites da mídia tradicional. Por exemplo, imagine uma campanha da Coca-Cola que permita aos consumidores explorar virtualmente o processo de fabricação da bebida, desde a colheita dos ingredientes até o engarrafamento final, tudo por meio de um aplicativo de realidade aumentada em seus smartphones. Essa experiência única não só educa e engaja os consumidores, mas também reforça a mensagem de autenticidade e qualidade associada à marca.

Concluindo

À medida que avançamos para o futuro, é essencial que os profissionais de design e publicidade estejam atentos a essas tendências e se adaptem às mudanças no cenário digital. Aqueles que conseguirem antecipar e abraçar essas inovações estarão bem posicionados para criar campanhas publicitárias impactantes e experiências de marca envolventes que cativam e inspiram seu público-alvo.