O influenciador ultra discreto
Guilherme W. d’Oliveira Martins é um professor na trincheira política, que não fugiu ao chamamento da causa pública. Entre a universidade, as empresas e o Governo, o Secretário de Estado das Infraestruturas tem poder de influência e uma salutar ansiedade de intervir nos grandes temas do nosso tempo. E de deixar obra feita.
Para Guilherme W. d’Oliveira Martins é um orgulho manter o fio da história familiar, esticado através da passagem do tempo, pelos pequenos e grandes acontecimentos. É inescapável o peso do legado que traz consigo, mas também a vontade de fazer o seu próprio caminho. Foi em casa que lhe ensinaram a olhar para as injustiças e a perceber a geografia do bem-estar desproporcionado e da miséria insuportável. Mas foi dentro de si que encontrou o fulgor milagroso de querer fazer a sua parte.
O Secretário de Estado das Infraestruturas fala com objetividade e calma, mas com tanta curiosidade como uma criança que pede aos adultos uma explicação sobre os segredos das estrelas e do mundo inatingível. Em público Guilherme d’Oliveira Martins é discreto, reservado, tranquilo. É fácil ficar-se impressionado com a sua delicadeza. Mas os amigos e colegas do Gabinete adicionam a esta uma outra versão da história: tem um acutilante sentido de humor e é altamente exigente, muito rigoroso com benchmarks e objetivos. “É daqueles que não se dá o direito de falhar. Do outro lado da moeda, não tolera incompetência gratuita” diz Miguel Rebelo de Sousa, seu chefe de gabinete na Secretaria de Estado.
Licenciado pela Faculdade de Direito da Universidade Católica, Guilherme Waldemar Goulão dos Reis d'Oliveira Martins, 41 anos, tem uma distintiva forma de trabalhar: planeamento detalhado, velocidade de execução e foco rigoroso nos assuntos que precisam de ser resolvidos. É respeitado, tem capacidade de influência, mas prefere a discrição dos bastidores do poder. No ato de conversar liberta uma energia que dá calma (parece um paradoxo, mas não é), consolida um propósito, e sugere soluções de modo simples, sem arrogância. Foi assim que viu o seu pai fazer na infância, foi assim que forjou grande parte do seu carater.
As suas recordações do passado estão embrulhadas em saudade e nota-se a olho nu: quer deixar ao filho (outro Guilherme na linha da sucessão, como o pai, o avô, o bisavô…) o mesmo legado afetivo. Guilherme d’ Oliveira Martins é um pai amolecido de orgulho. Interessa-se genuinamente pela outra vida da sua vida. Sabe melhor do que ninguém que, em final de existência, uma única eternidade nos é certa: continuarmo-nos nos nossos filhos.
Na causa pública, diz que vai deixar um legado ao país: a Ferrovia 2020, plano de investimentos em infraestruturas apresentado pelo ministro Pedro Marques no início da legislatura, que contempla obras em 1.193 quilómetros de linhas férreas (entre modernização das atuais e construção de novas), e mudará a vida dos cidadãos, num investimento público superior a 2 mil milhões de euros, suportados pelo Orçamento de Estado e pelos Fundos da União Europeia.
Leia a entrevista na íntegra aqui: http://bit.ly/2tQECCZ