O jornalismo de terceira geração

O jornalismo de terceira geração

Por dever de profissão, leio tudo o que cai nas minhas mãos e na minha tela. Tarefa não exatamente muito fácil, sobretudo nestes últimos dias em que todo mundo resolveu que precisa expressar a sua opinião, nem sempre muito louvável de ser lida. E aí, vem a minha questão crucial: devo acreditar em tudo o que leio? Hummmm..... Vamos por partes.

A entrada do jornalismo nas plataformas digitais, apesar de parecer que tem séculos de existência, é bem recente. Estamos todos tentando nos adaptar a esta nova maneira de comunicação imediata com um público cada vez mais conectado.

Para começo de conversa, o jeito de ler a notícia. Uma coisa é você ler o jornal físico, sujando as mãos de tintas (confesso que acho uma delícia!) e outra, completamente diferente, é ler uma notícia num tablet ou em um smartphone - em minha opinião, a tortura do século. São maneiras completamente diferentes de prender a atenção do leitor e, portanto, exigem uma linguagem e dinâmica distintas. Em uma plataforma digital nos é oferecida uma gama de diferentes meios de interação, tais como gráficos, vídeos e imagens, algo pouco provável em um jornal impresso.

Outro ponto fundamental é em relação à credibilidade do texto. E, aqui talvez, resida o denominador comum nas plataformas off-line e digitais: a preservação dos princípios éticos do jornalismo. Apurar adequadamente os fatos, ouvir fontes de ambos os lados, proporcionar o debate, instigar a dúvida, enfim, fazer a sociedade refletir.

Os profissionais do jornalismo da terceira geração, como são conhecidos os das mídias sociais, têm uma missão muito séria pela frente. Eles necessariamente vão ter que se aprofundar nas especificidades dessa área, desenvolvendo habilidades e adquirindo constantemente novas competências, além de garantir o equilíbrio entre agilidade e qualidade na informação. E, aqui, por mais paradoxal que seja, nós acabamos sendo o próprio empecilho de nós mesmos, ao contribuirmos para a ávida corrida por informação “quente” e inédita. Isto faz com que a roda do digital gire em uma velocidade, muitas vezes, contrária à veracidade dos fatos em que vale, na grande maioria dos casos, com honrosas exceções, postar e conferir depois.

As plataformas digitais estão em constante evolução. É dever do jornalismo acompanhar esta nova era e é nosso dever como ativos participantes desta rede ter critério na notícia que consumimos, prestigiando quem faz a coisa séria. Afinal, isto não mudou, jornalismo é isto: para bons, fortes e sérios.

Val Machado

Especialista em Comunicação Institucional no iFood

8 a

Concordo totalmente. Muito bom!

Felipe Abreu M Freitas

Angel Investor | Head of Efficiency & Processes | Investment Committee

8 a

Thaís Mendes

Fabiana Barbosa Ela/Ella/She

Senior Account Executive at Pipedrive and Passionate about Customer Behaviour Research

8 a

Muito bom! Adorei!

Denis Afinco

M&A | Entrepreneur | +29000 Connections with high level people.

8 a

Parabéns Lais Guarizzi, ótimo conteúdo.

Rogério Gama

Gerente de Atendimento I Account Manager

8 a

"Critério na notícia". Gostei disso, que é válido para quem produz e "consome" notícia. Bom senso que, tal como canja de galinha, nunca fez mal a ninguém!

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